Padre Rosa numa visita que lhe fiz em Dezembro último, quando o levei ao Souto por ocasião do funeral da mãe de uns amigos meus.
A chegada do meu amigo Padre João Rosa à Paróquia, em 1967, de onde era natural veio dar outra vida e outra congregação de esforços quando até aí se vivia muito na base de uma comunidade local que ali permanecia na terra todo o ano e outra comunidade que chegava só aos fins-se-semana e que nem sempre era olhada com muita estima pelos demais. A vasta freguesia do Souto ( ainda ´com Fontes e Carvalhal até 1985) estava assim dividida em duas comunidades.
Foi o Padre Rosa quem impulsionou essa unidade, com uma assembleia geral de soutenses na Reboleira-Amadora, num pavilhão da firma J. Pimenta. Com 16 anos não deixei de participar e ouvir os mais velhos.
Andava então em formação a Sociedade Recreativa do Souto e a Liga de Amigos e Benfeitores da Freguesia do Souto, de que fui dirigente da primeira e membro participante na segunda.
Ambas me deram um conhecimento muito profundo do pulsar daquelas gentes e da identificação dos problemas locais. E naturalmente, das fragilidades dessas comunidades como "elites locais".
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Em 1969 com 17 anos era o presidente da Assembleia Geral da Sociedade Recreativa. Era ao mesmo tempo jogador da equipa do Souto, capitão de equipa e um dos dois animadores da Secção Desportiva que levou à prática de torneios de futebol - SEM SUBSÍDIOS MUNICIPAIS, coisa desconhecida na época - com equipas do Maxial, Carvalhal, Carril, Atalaia, Souto, Bioucas e Ribeira, no campo da Sociedade Recreativa, pelo Natal, pela Páscoa e em Agosto.
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Fundação da Cooperativa de Rega em 1975, presidência da Assembleia de Freguesia do Souto em 1979 e eleição para a Assembçleia de Freguesia em 1982, quando estava eminente entrar para a Assembleia Municipal, que só não aconteceu por "jogada" dos dirigentes locais do PSD que não me perdoaram nunca a minha vitória no CDS de 1979, no Souto...
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Vice-presidente da Direcção da Casa do Povo do Souto, onde no final dos anos 50 esteve o mu avô Martinho na fundação e cuja direcção lançou o Centro de Dia da 3ª Idade que viria mais tarde e a Delegação da Casa do Povo nas Fontes, hoje Posto Médico.
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Uma actividade constante em toda a dinâmica local e cuja experiência muita falta faz a certos autarcas que se julgam profundos conhecedores das vivências locais...
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Quanto a participação numa terra onde só vinha aos fins-de-semana e férias, tomaram muitos residentes permanentes poderem apresentar este curriculum...
Por aquelas bandas não há ninguém com melhor capacidade de participação cívica, pese alguns invejosos que nunca gostaram de ver os outros a fazerem bem à terra deles...
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É triste dizê-lo, mas a "nossa" pobreza cívica também passa por isso!
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