Hoje na Antena Livre:
O professor Nelson de Carvalho falou do que intitulou a "regeneração do Centro Histórico de Abrantes".
O professor Nelson de Carvalho falou do que intitulou a "regeneração do Centro Histórico de Abrantes".
"já começámos há muitos anos"- disse.
E eu surpreso pela contradição, pergunto:
- Então, onde estão os resultados desses muitos anos?!
Mas depressa devolve a "batata-quente" para os comerciantes, apontando-lhes, que são eles quem se deve interrogar, como tornarem-se competitivos e vencer a concorrência dos outros espaços urbanos da própria cidade...
Bonita conclusão.
Pôncio Pilatos não diria melhor...
Se foi a CMA com os sucessivos Planos de Urbanismo quem nos últimos 15 anos deram "carta livre" aos núcleos modernos de forte concentração habitacional, e tudo fizeram para interditar as obras e a modernidade funcional no Centro Histórico, onde uma bilha de gás e o respectivo contador ou um aparelho de ar condicionado, não podiam ser montados no Centro Histórico, como é que vem agora dizer uma barbaridade daquelas?!
Mais: foi a CMA quem foi acondicionando e acumulando os espaços comerciais e e os espaços industriais e de serviços, nesses espaços urbanos modernos ao mesmo tempo que foi interditando ao Centro Histórico todas as "ferramentas" de que dispunham os espaços urbanos modernos. Havia regras obsoletas e inexequíveis de todo!
O Centro Histórico nunca obteve as acessibilidades e os estacionamentos inerentes à alta densidade urbana. O mesmo se diga da necessária volumetria construtiva - as únicas formas expeditas de fazer progredir o comércio e serviços em qualquer parte do mundo.
Na Encosta Sul, aquela urbanização nunca podia , nem devia ficar limitada a moradias unifamiliares. Porque essa situação acabou por ser fatal ao Centro Histórico e à freguesia de S. João.
Uma volumetria construtiva de três pisos a descair em terraços, como sempre defendi desde há anos, teria dado ao Centro Histórico uma carga habitacional muito maior.
A tal densidade que uma cidade precisa para dinamizar o seu comércio e o poder projectar muito para além de uma aldeia. É preciso perceber isso.
Alferrarede Velha, Casais de Revelhos e Chainça, e alguns núcleos da Ferraria, S. José e Vale de Rãs já tinham uma boa dose de construções de baixa densidade ( vulgo moradias unifamiliares), a par do casario do Centro Histórico em S. João, pelo que havia que fugir a mais construção de baixa densidade, no "cerco" ao Centro Histórico.
Os acessos ao velho Terminal Rodoviário (Claras/Rodoviária Nacional) podiam ter passado para a Encosta Sul, a meio da Avª Sá Carneiro em direcção ao Tribunal e às Finanças, evitando desse modo o Largo do Mercado Diário e a subida da Rua do Montepio, o que fazia toda a diferença para dinamização do Centro Histórico.
As acessibilidades ( ruas cortadas ao trânsito), e os estacionamentos que não construiu, senão no Aquapolis e ao lado do Estádio Municipal, deixando a envolvente ao Tribunal na miséria que se sabe, ainda faz o Prof. Nelson desdenhar da crítica popular.
Disse ele, que não tem dificuldades. Pudera!
É que só à conta dele tem estacionamento na Rua José Estevão, na Conde de Abrantes e nas traseiras do Edifício Falcão. E mesmo assim, quando se sente impedido pela descarga de algum carro comercial, chama logo a PSP, como ainda há dias sucedeu, armando um burburinho dos diabos, que deixou os agentes algo incomodados...
Estes são os exemplos dos erros cometidos nestes últimos 15 anos.
Mesmo o novo Terminal Rodoviário já em fase adiantada de construção quando esta equipa chegou há 15 anos, ainda podia ter invertido as coisas. Mas não o fez.
-.-
O Prof. Nelson de Carvalho fez o mal e a caramunha!
.-.
E deixou-nos mais esta afirmação estranha, sobre o Museu de Arqueologia, dizendo que a sua importancia só será perceptível, quando se conhecer minimamente a colecção que o Sr. João Estrada andou a juntar toda a sua vida...
Uma aposta no escuro, Sr. Prof. Nelson?!
Então sabe-se ou não se sabe o que vale essa colecção?!
É que se não se sabe ao certo, como montar a tal "engenharia financeira" para custear o museu?!
.-.
Poupe-nos Sr. Professor Nelson...