Em primeiro plano, no canto inferior direito a captação na jangada na Cabeça Gorda, diante de Bioucas ( freguesia do Souto) e na margem oposta ( à esquerda na foto) surge o concelho de Tomar. Ah, já agora, do lado da Cabeça Gorda não existe etar, embore já se fale numa rede de saneamento que apanha as partes altas, mas deixa de fora as de meia encosta e vale, precisamente as zonas mais próximas da albufeira e do local da captação. CARVALHAL é a primeira.Há uma etar de lagonagem de segundo grau instalada junto à estrada que vai de Carvalhal para a sua pequena povoação de S.Domingos. Até aqui tudo parece bem. Mas logo nessa implantação começa o grande problema.
Duas vertentes dessa linha de cumeada que marca a estrada, podiam ser opção. Uma vertente a tombar para o vale que se ramifica para o rio Tejo, depois de atravessar o Vale dos Carvalhos, Andreus,( onde está uma fossa colectiva dita etar do Sardoal), cruzando o Sardoal até Casais de Revelhos e ribeira de Alferrarede. A segunda vertente, pela qual se opotou - o executivo em 2002/2003, cujo plano já vinha do mandato anterior, todos eles englobados nestes últimos 15 anos da equipa de Nelson de Carvalho - trazia dois enormes inconvenientes, a saber:
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1- Essa vertente descia pela chamada ribeira do Souto, um braço importante da albufeira do Castelo de Bode, que desce pelo Sobral Basto, Carril até às Sentieiras das Fontes.
2- Essa linha da ribeira do Souto, logo abaixo da etar cruza as linhas de água do Vale de Tábuas (a nascente que abastece de água de consumo público, o Carvalhal, pois esta freguesia não ficou alimentada pela Captação da Cabeça Gorda, apesar de ser a freguesia centralizada no Norte do concelho...) e toca de perto os chamados lameiros da Bouça, onde está a mina e os furos que alimentam a rede de água da freguesia do Souto, (outra freguesia do Norte que não é alimentada pela Captação da Cabeça Gorda).
A juntar a tudo isso, ainda há a assinalar a fossa colectiva e estação elevatória do Carvalhal de Baixo que nos dias em que não funciona (lançando os dejectos para a dita etar dois quilómetros mais acima) deixa escapar pelo Carvalhal abaixo até ao Sobral Basto e ribeira do Souto ( logo no braço da albufeira) os respectivos esgotos.
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SOUTO é a segunda mentira.
Há uma fossa colectiva que depois da triagem de coliformes sólidos descarrega para esse mesmo braço da albufeira da dita ribeira do Souto. Pese o cuidado que ultimamente os SMAS tem tomado em ir lá retirar à fossa colectiva os dejectos, evitando assim essa triagem e subsequente descarga para a albufeira.
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MARTINCHEL afastou o perigo das descargas na albufeira porque estas caem a jusante do açude do Castelo de Bode, mas aproximou demasiado todo o aparato da lagonagem do centro da povoação e da vista mais aprazível desse centro o vale do Ribeirão, quando o podia ter feito 1 km mais abaixo, no meio de um eucaliptal que ali se iniciava até às margens do Zêzere, abaixo do açude.
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ALDEIA de MATO e FONTES não conhecem uma única linha de esgotos. Esta última freguesia viu as suas ruas laterais alcatroadas para efeitos eleitorais no início de 2005. Hoje todos fingem assobiar para o lado, não vá alguém lembrar-se de perguntar onde é que ficaram implantados os colectores dos esgotos...
A captação no Colmeal numa pequena povoação entre as Fontes e a albufeira alimenta a rede pública de água de consumo em toda a freguesia das Fontes, cujos depósitos se situam no alto do Miradouro, mesmo ao lado da Igreja ou pou outra muito em cima dos muros e da rua que faz de adro dessa Igreja...
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Perante esta pequena amostragem pelo Norte do concelho, alguém se sente descansado e confiante na água da captação municipal da Cabeça Gorda?!
E será que alguém que passou 16 anos dentro das quatro paredes de um laboratório de análises de verificação, predominantemente de águas do consumo retiradas das várias partes do concelho, poderá ficar descansada, quanto a este panorama?!