A reportagem de Patrícia Seixas e Mário Rui Fonseca no « Primeira Linha» a par das declarações à Lusa, vindas no Mirante one line, do autarca e candidato ao Parlamento Europeu, Nelson de Carvalho provam como muito boa gente não ligou a necessária atenção ao problema que já se sabia poder acontecer a todo o momento.
Nelson de Carvalho, parece que só agora soube da falta de médicos.Mas ao que dá a entender, não tomou conta da ocorrência através do Director do Centro de Saúde, Sr. Dr. Fernando Siborro, presidente da Direcção da Cooperativa Rádio Tágide do Tramagal e médico há mais de 20 anos no concelho. Soube-o por alguns presidentes de junta.
O Sr. Dr. Fernando Siborro sabia do caso há muito. Em Outubro ensaiou uma denuncia, mas depois acabou por se remeter ao silêncio. Foi reconduzido no cargo de Director do Centro de Saúde, embora sob outra designação.
Começa por achar a situação aflitiva. Acha que é difícil encontrar médicos dispostos a abandonar o litoral e vir trabalhar para o interior.
A situação é difícil e acha que se irá manter até 2013 ou 2014.
Curiosamente o Dr. Luís Pisco, presidente da Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral, entende que a falta de médicos irá agravar-se ainda mais a partir de 2013. Mas não deixa de assinalar algo que desmente as afirmações do Sr. Dr. Fernando Siborro, ao contrariar as afirmações deste, afirmando que "na periferia das grandes cidades como Lisboa, Porto, Setúbal e Braga ( só esta última cidade é que não é propriamente do litoral, sublinhe-se...) existe uma maior car~encia de médicos... e o pior será para entre 2013 e 2015".
Portanto, aqui já não há mais uma questão de recusa de ida para o interior ou litoral.
Contrariando tudo o mais, surgiu Rui Portugal presidente do Conselho Directivo da ARS de Lisboa e Vale do Tejo, a garantir que a solução passa pela contratação de empresas que possam assegurar médicos para a prestação de cuidados de saúde ou pela eventual contratação de médicos já aposentados, mas que estejam ainda disponíveis para continuarem a trabalhar...
Resumidamente, dir-se-ia que ainda há médicos, só que há outros interesses em jogo.
Paradoxalmente, o Comunicado do Director Executivo do ACES do Zêzere ( Agrupamento dos Centros de Saúde do Zêzere), Sr. Dr. Fernando Siborro declara que "está a tomar todas as iniciativas no sentido de resolver esta situação o mais breve possível, ao mesmo tempo que procede à reorganização dos serviços".
O que não deixa de ser caricato, se atendermos ao alarme dado em Outubro, para afinal, ter deixado passar estes últimos seis meses e tudo ficar como dantes...
Autarcas a fazerem-se desentendidos e o de Abrantes ainda a dizer que tem que se fazer alguma coisa pois esta situação pode gerar graves conflitos sociais, como se não levasse já quinze anos na Câmara e quatro anos antes de chegar à Câmara já havia passado pela liderança da bancada do PS na Assembleia Municipal. Assembleia essa onde tem permanecido esse grande "expert" em gestão hospitalar ( como rezavam as crónicas, no momento da sua indicação para gestor presidente do Conselho de Administração do Hospital Garcia da Horta em Almada), para além do deputado municipal Gomes Mór agora no Conselho de Administração do Centro Hospital de Abrantes, Torres Novas e Tomar.
Com tantos especilaistas pagos pelo erário público e municpal, como é que chegamos a um caso destes?!
Alguém acredita que esta gente alguma vez será capaz de nos resolver os problemas?
Coitados dos utentes!
CASA ONDE NÃO HÁ PÃO...