Temos planos para tudo e para nada.
Falamos de turismo e não dotamos as terras das ferramentas necessárias.
Um caminho rural que em tempos servia de passagem para as hortas e pomares e para a floresta, precisava que as autarquias ( câmara e juntas de freguesia) se mobilizassem não só na sua recuperação, como na sua transformação de caminho a estrada, apelando a uma mobilização directa e bem activa no terreno, para que essa iniciativa pudesse contagiar as pessoas residentes e não residentes nessas freguesias, que são os tradicionais proprietários das terras.
Alguma vez, vimos as autarquias comungarem nessas iniciativas, apelando à mobilização e empenho desses fregueses e estabelecendo acções concertadas?
Nunca. E depois dos incêndios de 2003, 2005 e 2007, muito havia para fazer nesse sentido.
Porém, a pretexto desses incêndios, o último dos quais nas Mouriscas em 2007, o quea Câmara se soube empenhar e mobilizar, foi nas ZIF`s no início de 2006. Lá tivemos o PS com o PSD na "unanimidade", na maior tentativa de "esbulho patrimonial" sobre as terras dos fregueses da Aldeia de Mato, Rio de Moinhos, Carvalhal, Martinchel, Souto, Fontes, S. Vicente norte, e ultimamente das Mouriscas.
E hoje, pergunta-se sobre as ZIF`s e ninguém dá uma resposta sobre as propostas que se evaporaram, como que por encanto. Ninguém sabe de nada e nada apareceu feito.
O preconceito anti-propriedade privada continua a marcar a agenda local. Oa proprietários parecem ser o alvo fácil. Não vimos como esse preconceito poderá gerar riqueza. Separar as terras dos seus proprietários, nunca poderá levar a melhor justiça social e a maior liberdade.
Entretanto, os nossos vales onde o cuidado de muitos poderia ser estimulado no amanho das hortas e pomares começaram a ser riscados dos mapas dos caminhos, que a modernidade obrigava a transformá-los em estradas de apetência para os circuitos turísticos, que tardam a fazer renascer outra imagem criadora, amiga do ambiente e estimulante quanto à certeza no futuro.
O Futuro mora em Abrantes:
- Muita água, muita vida, muito verde é apenas um começo, de algo que ainda ninguém iniciou com as autarquias e com as populações empenhadas em iniciativas sérias.
As nossas terras não podem continuar a serem os "nichos" das depressões colectivas e os laboratórios de novas usurpações e esbulhos colectivos, em nome dos grandes planos estratégicos que teimam em separar as pessoas da sua riqueza patrimonial, separando-as das suas terras a troco de coisa alguma.
Nessa perspectiva, o concelho das dezanove freguesias morre. E de pouco serve ter lá uma junta de freguesia.
Torna-se até suspeita essa abusiva identificação da cor da lista da junta com a cor partidária da lista à Câmara. Os fregueses querem quem os defenda e nunca quem mais depressa os vá "entregar" à Câmara...