William Winstanley publicou em 1660 a história "his master`s voice", que R. Magalhães Jr. narrou assim:
« A segunda esposa de Sir Thomas More recebera um cãozinho que pessoa amiga recolhera por supô-lo extraviado. Um dia apresentou-se em casa de Sir Thomas um mendigo a reivindicar o cão, como seu. Sir Thomas - disposto a fazer justiça - colocou sua esposa de um lado da sala e o mendigo no outro, levando o cachorro para o centro da sala, ao mesmo tempo que pedia que cada um chamasse pelo cão. Sem nenhuma hesitação o cachorro atendeu ao chamamento do mendigo: identificara " A Voz do Dono".»
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Jerónimo Jorge é um jornalista com talento e que por vezes surpreende com as suas facetas de empreendedorismo jornalistíco, capaz de colocar em Abrantes uma nota de classe, que talvez outros concelhos não se possam gabar.
Devo-lhe nos "Encontros nas Mouriscas" de 11 de Abril último, a justiça de não permitir que um candidato à junta pelo PSD pudesse mandar-me calar no início da minha breve palestra sobre o PDM ( um tema muito assertivo nas Mouriscas).
Todavia, o seu sentido de equilíbrio e de justiça, terão forçosamente que ceder a outras contra-partidas, diante de uma direcção na "Antena Livre", chefiada pelo marido da "responsável da concelhia do Partido Socialista de Abrantes", um personagem que aos 50 anos se reformou da função pública (professor) e ao que consta com o cagulo de uns anos como vereador da cultura, pelouro que a sua esposa prosseguiria posteriormente, com outros oito anos.
Acresce que a "Antena Livre" é propriedade do Grupo Lena e que este adquiriu de forma pouco clara o centenário " Jornal de Abrantes", cujos contornos de aquisição provisória , (pelo que consta e pelo que pude ler no contrato promessa de compra e venda, a condição contratual de publicação semanal e de manutenção da linha editorial não foram respeitadas), já foram alvo de duas acções judiciais: uma penhora e uma acção pauliana.
E, falta referir a prometida venda pelo antigo director do " Jornal de Abrantes", a meu favor - o referido director, e amigo, Dr. Jorge Moura Neves Fernandes reconheceu em João Pico, um efectivo colaborador desse jornal, como de resto constava na ficha técnica, a pessoa capaz de prosseguir com a linha editorial desse semanário - pelo preço simbólico de um euro, antes de um advogado do Grupo Lena ter intervido no negócio.
Tão pouco, a colaboração de João Pico com a sua coluna muito lida o " A B C " foi alguma vez solicitada ou admitida como bem vinda. Foi público, a forma pouco cordial de que o novo director - o marido da responsável pela Concelhia do PS de Abrantes - tratou o ex-colaborador do " Jornal de Abrantes", João Pico.
Em matéria de ética profissional, estamos conversados.
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Tudo isto, mostra, como Jerónimo Jorge não podia deixar de ler o comunicado que leu ontem na "Antena Livre". Uma peça que não o engrandeceu, e que só conheci alguns extratos transmitidos por pessoas amigas - algumas dessas pessoas amigas, verdadeiros CDS, militantes e simpatizantes. Isto para esclarecer que os poucos CDS em Abrantes, nada têm a ver com os "oportunistas" que o Jerónimo Jorge alega terem-se oferecido para irem para "comentadores". Em nome do CDS, não o poderiam fazer. Mas os abutres e os oportunistas, seguem todos a mesma cartilha.
Em todo o caso, não deixa de ser curiosa a observação dessa vontade estranha à Direcção Concelhia do CDS, sobre esses "voluntariosos comentadores" de ocasião. Há muita gente que se diz do CDS para pagar favores públicos e municipais, ficando com a incumbência de em dado momento, poderem pagar esses favores com uma "traição" ao Partido ou a quem o dirige. Só quem não conhece Abrantes...
Lamento que Jerónimo Jorge não conseguisse ser suficientemente forte, isento e bom profissional, para resistir às pressões, deixando-se envolver desta forma que há-de manchar a sua carreira profissional. É no que dão as más companhias, que com ele estiveram nesse triste e lamentável programa.
Depois falamos.
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