Companheiro Paulo Portas, todas as lideranças têm um fim.

ALDEIA de MATO e SOUTO com a sua "UNIÃO" tem o caminho aberto para serem a MAIOR e MAIS PROMISSORA FREGUESIA do CONCELHO de ABRANTES. Basta saber livrar-se uns "certos jumentos" da canga autárquica...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Duas professoras do Souto não tiveram direito a nome nas ruas, ao contrário de outras. Nascer e viver no Souto traz os seus estigmas.

A professora D. Leopoldina Lourenço Duque ( da escola do Carril, Ribeira e Maxial), e a Regente Escolar D. Maria Lopes Amaro ( da escola do Carril), ambas nasceram e viveram no Souto.
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A Escola da Ribeira da Brunheta – Souto

Um aspecto da maior relevância social surgiu no Souto, por volta dos anos 30 do século passado, dois soutenses: um industrial de madeiras e o seu irmão, comerciante em Lisboa, decidiram a expensas próprias, construir uma escola de raiz, seguindo o requerimento autorizado pela Direcção Escolar de Santarém, em pleno Estado Novo, para a filha do primeiro, uma jovem soutense e regente escolar.
No decurso da construção da escola a jovem ainda se viu obrigada a fazer um exame para alcançar o magistério primário, sem o qual não poderia mais leccionar, por imperativos legais entretanto alterados.
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A ENTREVISTA no jornal " Correio Lisboa Zêzere"
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Toda a memória destes factos já se começava a perder pelo desgaste do tempo. O passado esteve prestes a apagar-se, não fora neste caso, o jornal “ Correio Lisboa Zêzere” - que editei e dirigi entre 2002 e 2004 - passar uma entrevista que demoradamente estabeleci com essa professora nascida no Souto e que por lá viveu para além dos oitenta anos, de seu nome D. Leopoldina Lourenço Duque, mãe de um economista e de um juiz já aposentado, também nascidos no Souto.
A entrevista publicada deixou a senhora professora muito emocionada. Completou depois outros pormenores na edição seguinte. Aquela professora já aposentada, já não esperava que recordassem a sua obra. Eu tive esse grato prazer de o fazer, no jornal que dirigi. Houve quem falasse apenas no jornal para questionar se eu fiquei a dever aos assinantes os dois últimos números da anualidade ou não. Não tive, senão três autarcas do Souto como assinantes, e outros três das Fontes. De Carvalhal nenhum autaca.
Há silêncios aterradores e maldosos, em muitos casos da vida local.
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O texto no " NOVA ALIANÇA"
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Escrevi no “Nova Aliança” para aí um ano meio depois dessa entrevista, quando a Professora D. Leopoldina se apartou desta vida terrena, um novo artigo evocativo do seu amor pelas crianças do Souto e das povoações vizinhas que acudiram à sua escola da Ribeira da Brunheta, ali na estrada do Serro. Encerrada nos meados dos anos 80, na vigência da Constituição de 1976. É hoje, um monte de ruínas, numa terra onde os seus filhos se fizeram grandes empreendedores e grandes construtores, talvez porque bebessem naquelas paredes erguidas, o denodado empenho do pai e do tio da jovem professora.
O Estado Novo criou e Abril destruiu!
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O PDM hoje, já não permitia construir aquela escola
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Por estranha ironia do destino, - a Ribeira da Brunheta, terra de tanto empreendedorismo - acabou marcada pela abjecta taxa zero, quanto a novas construções, no desmando de um cruel e cego PDM, que hoje proibiria uma qualquer nova escola na Ribeira, caso ainda houvesse generosidade e empenho entre um pai e um tio de uma jovem que foram dar um presente desta natureza, não só à jovem professora como a sucessivas gerações de crianças que ali conheceram as primeiras letras e os primeiros números que os iriam guiar e proteger pela vida fora.
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A simplicidade do gesto desta família
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Este pormenor empreendedor dos dois irmãos que construíram uma escola, garantiu a permanência da jovem professora na terra, onde já lá estavam como efectivas as professoras D. Florinda e D. Alice, vindas de fora. E ali leccionou desde finais dos anos 30, até início dos anos 80, tendo com a sua grande dedicação e o respeito granjeado no meio, cativado muitos alunos da Carreira de Mato e de Bioucas e Atalaia e de outras povoações vizinhas, para além dos naturais da Ribeira da Brunheta, todos reconhecidamente gratos pela boa educação ali ministrada.
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Uma escola mista e onde os que fizessem a 3ª classe poderiam prosseguir rumo ao exame da 4ª classe.
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Foi ao mesmo tempo, um dos mais nobres gestos que percorreram o Souto. Fez perceber o grau de empreendedorismo das gentes do Souto e de quanto eram obrigados a suplantar as dificuldades do meio. Este gesto simbolizava a vitória sobre a matriz da adversidade soutense. Não podia ser apagada pela história local. Muito menos ser apoucada, na omissão, quando se falou de outra professora sem gosto pelo sucesso das alunas, autoritária, beata e com sinais evidentes de mau carácter, prepotente e cruel. Afastava as alunas logo após o exame da 3ª classe, muitas das alunas de prosseguirem os estudos e de frequentarem a 4ª classe, quando de antemão por mero preconceito lhes barrava o caminho para o exame final.
A razão prendia-se muitas vezes, pela antipatia que criava com os familiares das alunas, por mero fervor e preconceito beato. Família que não frequentasse assiduamente os cultos e as reuniões religiosas e não pugnasse por levar as filhas à catequese, caíam em desgraça diante dos critérios selectivos da professora beata. Coisas difíceis de entender hoje em dia, quando tanto se contestou, por exemplo, a afixação de simples crucifixos nas salas de aula.
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A regente D. Maria Lopes Amaro
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Além da professora D. Leopoldina surgiu na mesma época, a regente escolar D. Maria Lopes Amaro, nascida no Souto, que enquanto o título de regente lhe permitiu leccionar, esteve na escola do Carril. Por sua infelicidade, não logrou os meios capazes de ultrapassar com êxito o exame de passagem de regente a professora do magistério. E acabaria os seus dias atrás do balcão da mercearia e da padaria onde o seu marido amassava e cozia o pão que foi matando a fome aos soutenses.
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FRACO SENTIDO DE JUSTIÇA IMPERA NO SOUTO
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Perante estes exemplos de luta, de resistência, de infortúnio, de sucesso e perante esta singular prova de dedicação à terra, - de empreendedorismo genuíno e são - percebe-se como tal arrojo não casava com os apaniguados do socialismo de Abril. Não surpreendeu portanto, em 1985, a omissão do nome da regente D. Maria Lopes Amaro que viveu o resto da sua vida até à sua morte, ao balcão da sua mercearia e da única padaria do Souto, mesmo em frente de uma pequena rua que a mesquinhez e a soberba locais, não acharam mais azada, senão para receber com enorme crueldade e desdita, a irónica designação, de rua das Flores…
Era uma pessoa muito bem educada. E ocorreu-me agora dizer quanto ficava muito sensibilizada, quando tanto eu como a minha irmã, eramos no dizer dela, das poucas pessoas que não a tratavam grosseiramente por "Ti MariLopes", mas sim por Srª D. Maria. Com orgulho recordava os tempos em que fora docente na escola do Carril, acabando sempre por perguntar meia incrédula, se nós sabíamos disso. Claro que sabíamos. O seu filho mais velho, o Manuel Amaro - meu saudoso amigo, fundador da Sociedade Recreativa e velho activista do MDP/CDE - não se cansava de o dizer.
Estranha ironia desta terra, onde até as flores se prestam à dor e à ignomínia.
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OUTRO NOME DE PROFESSORA FICOU POR AFIXAR, NUMA RUA DO SOUTO
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Quanto à professora D. Leopoldina, também a mesquinhez e a soberba locais imperaram, na desfaçatez de a ignorarem nas duas pequenas ruas que se cruzavam entre si, diante da casa onde sempre viveu a professora D. Leopoldina.
A mesquinhez e os critérios trôpegos, não lograram encontrar nome mais condizente para ambas as artérias, do que a malvadez repetitiva, da rua do Pisco e da Travessa do Pisco. Tacanha e perversa mentalidade que só alcançou razoabilidade em verificar que ambas as ruas pertenciam à denominada e ancestral zona da Tapada do Pisco. E fazendo jus a tão tapada visão, que se eclipsou por completo, só lhes restou manter o nome Pisco, quando a tapada ancestral, já havia ardido.
A Rua da Professora D. Alice de Brito, e da outra professora, a D. Florinda estavam acertadas e ambas se revestiam da importância de artérias que iam desembocar no adro do Souto.
Fossem a professora D. Leopoldina Lourenço Duque e a regente D. Maria Lopes Amaro de outra terra que não o Souto, e a outra toponímia seria outra.
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Esta história também releva muita injustiça localizada no Souto, a que não falta alguma sabujice e malvadez.
E numa terra onde em cada cinco pessoas que lêem, só uma percebe o que foi escrito e lido, resta-me a mim a esperança que esses quatro ignorantes não apaguem ou manchem, o que de mais bonito há para registar na história do Souto…
Por isso não fiquei calado, quando foi necessário falar.

BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT

INICIADO em 27.10.2007

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...

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Equipa de futebol do Souto, c/ João Pico a capitão da equipa ( 2º em cima à esqª.)

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...

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Paulo Portas e João Pico vendo o Parque Ribeirinho...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...

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Alta tensão sobre Urbanização Municipal nas Arreciadas

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes

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Nuno Pico acompanhado à guitarra por Alfredo Gomes e na viola José Mário Moura

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!

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E desafiei o então presidente, Engº José Bioucas a ir à albufeira do Castelo de Bode connosco buscar água para a freguesia e para ABRANTES. Só que o Engº riu-se... E só em 2001 é que lá foram à albufeira... Tive razão antes do tempo...

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes

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Retábulo da Matriz do Souto onde João Pico foi baptizado

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