Nem se percebe o silêncio cúmplice de toda uma classe que só saiu à rua pela carreira própria
Ou como a "educação" é o pretexto para umas lutas sindicais mais bem sucedidas...
Portugal cresceu, desde há 50 anos para cá, mas os outros países não abrandaram o passo, logo a distância não encurtou...
.
Portugal cresceu, desde há 50 anos para cá, mas os outros países não abrandaram o passo, logo a distância não encurtou...
.
«Este é o retrato do ensino português publicado nos "50 Anos de Estatísticas da Educação", que ontem o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) divulgou. Os dados mostram que o país deu um salto gigante entre 1960 e 2008 mas, para os especialistas, essa evolução significa que Portugal está exactamente no mesmo ponto de partida de há 50 anos.
"Fartámos de correr, mas não conseguimos ainda apanhar o pelotão da frente", avisa o sociólogo do Instituto de Ciências Sociais Manuel Villaverde Cabral.O crescimento numérico é inegável, mas os dados estatísticos não traduzem uma recuperação de Portugal face aos outros países desenvolvidos, esclarecem os investigadores.
"Houve uma massificação do acesso ao ensino, mas a qualidade não acompanhou essa evolução", defende o professor universitário Santana Castilho.
"Nos Estados Unidos, a taxa de escolaridade até ao 12º ano era de 100% ainda antes da Segunda Guerra Mundial; em Portugal o ensino obrigatório até aos 18 anos só acontecerá a partir de 2013." De acordo com o INE, só 60% dos portugueses completaram o ensino secundário; a mesma percentagem de norte-americanos tem habilitações superiores. "Os países escandinavos, por exemplo, conseguiram recuperar o atraso face aos EUA e, na década de 60, 100% da população já estava escolarizada ao nível do secundário", conta o sociólogo e autor do estudo "Sucesso e Insucesso - Escola, Economia e Sociedade". »
.
NOTA: Quando levantei suspeições sobre os desempenhos dos professores, nestes últimos anos, a minha experiência de vida dizia-me, que esses desempenhos transportados para outras situações da vida local, queriam significar que o que eles ensinavam não correspondia ao que era necessário no conhecimento das jovens populações escolares.
Não era necessário ler Haruki Murakami.
Quando os alunos do secundário não sabiam enfrentar as formalidades burocráticas inerentes à cidadania, ao chegarem a uma repartição pública, ignoravam dados básicos de literacia, desconheciam autores e publicações indispensáveis para alanvacar os seus conhecimentos, era certo e sabido, que não estavamos a formar melhores cidadãos, nem a libertar esses estudantes da apatia analfabética em que mergulhava a sociedade.
O "empreendedorismo" que agora pareceu assaltar toda a gente, nos títulos dos media, continua fechado numa redoma, como racionamento em tempo de guerra, só acessível a alguns que saibam vencer a inércia e percebam onde fica o Tecnopolo...
Mais uma vez limitamos-se às aparências. E damos o caso por encerrado. Está na estatística. E registado para memória futura...