Ficou defraudada, com o açude tacanho do professor feito autarca e consentido por uma cidadania refém de interesses mercantis óbvios.
Nos partidos da oposição, a consanguinidade com o poder municipal era por demais evidente. Certa viagem ao Japão mostrou fotos muito esclarecedoras.
A única voz crítica do açude foi a minha.
A haver um açude, tudo poderia ter sido feito com outra visão estratégica, abrangente e sustentada.
A ponte açude era incontornável: aproximava à cidade, pelo menos, cerca de 10 mil habitantes, vindos de S. Miguel,Tramagal e Santa Margarida - a coesão no seu melhor!
A exploração da mini-hídrica associada ao açude: sustentava o turismo e uma SAD vocacionada para o incremento desportivo municipal, através de parcerias com a empresa municipal, com associações desportivas locais e com o AFC, o núcleo federador de toda a imagem dinâmica desportiva de Abrantes.
Duas praias fluviais: Aldeia de Mato e Fontes. A ligação do Parque de S. Lourenço à E.N. 358 e à albufeira. Eram as ferramentas essenciais à harmonização estratégica e sustentada da vida municipal.
Objectivamente, seria a melhor imagem de coerência nas duas margens. Muitos esqueceram-se de o exigir. E bastou apenas um único actor para o destruir: Nelson de Carvalho.
Por mim, vou lembrando estas coisas. E colhendo a ingratidão de muitos a quem lhe pesa a consciência, pelas omissões passadas. Até que um dia surja nova gente com capacidade de fazer justiça às boas ideias. Mas sem apego ou consanguinidade a essas más consciências.