Não havia necessidade desse gesto tão em cima do falecimento do juiz, primo do colega vereador do PSD.
Não está em causa o mérito desse juiz desembargador. O que está em causa é a forma apressada como o colega do partido fez a proposta para o familiar do outro vereador do mesmo partido.
No limite, a apresentação da proposta, ao ser feita só por um dos dois vereadores, mais fez diminuir a lisura e a nobreza do gesto, que a ser feita seria sempre em nome do PSD. Assim, mais pareceu um favor ao colega vereador, do que uma justa consagração ao emérito juiz.
Por outro lado, se houver uma recusa da maioria PS, não estamos a ver como o PSD irá descalçar essa bota, sem envolver o nome do ilustre falecido numa desnecessária manobra partidária.
A menos que o vereador, familiar do defunto, se ausente da sala de Sessões da Câmara ou se faça substituir na próxima reunião, o que também não irá primar muito com a ética e o desprendimento que o emérito juiz desembargador, por certo seria o primeiro a fazer questão em defender, como parece líquido reconhecer pela sua nobre e elevada postura em vida.
Não basta à mulher de César ser séria, é preciso parecê-lo...
.
NOTA: E se não houver acordo com o PS, pode gerar-se um melindre. Eu recordo o caso da proposta da medalha da cidade para Eduardo Campos,( ainda em sua vida) que falhou na Assembleia Municipal e acabou como ponto de honra do PSD por ter que ser votado em Sessão de Câmara em 2002. Proposta que eu fiz com o João Salvador e que foi rejeitado pela CDU e PS.