Pela milésima vez, falar do Mercado Diário merece estudo e saber. Para falar no mercado, não colhe a conversa de generalidades contra os senhorios que não arrecadam renda para pagar uma simples reparação do canalizador, quanto mais para o seu sustento pessoal, uma legítima aspiração de quem investiu as poupanças da sua vida num prédio de rendimento, já para não falar na injustiça da lei do arrendamento, caduca em demasia. Para ajudar uns, não é preciso apedrejar os outros à volta.
Mas há quem arranje sempre um bode expiatório...
Não se podia deixar Abrantes imune à entrada de hiper-mercados. Abrantes não é o Sardoal.
Nem o Centro Histórico de Abrantes poderia suportar os clientes do Modelo, do Feira Nova e Cª, todos juntos à volta da Barão da Batalha. E os comerciantes nunca aceitaram um Vale da Fontinha como âncora de atracção de públicos, mesmo com uma grande superfície lá implantada. Todos girararm sempre na crença do sol na eira e a chuva no nabal. Coisa que nunca foi obtida.
Depois acreditavam que o ex-professor feito autarca ungido pela graça do mau palpite de certo industrial de zona, tinha sempre um baú cheio de notas para pagar todas as obras do mundo. Era o tempo das farturas. Nessa altura nem o próprio queria ouvir falar em vacas magras, quanto mais num "Novo Contrato Social". Nessa altura, nem queria ouvir falar em médicos da AMI... Aliás, nunca gostou de médicos e quase que os expulsava a todos para Tomar e Torres Novas...
Porém, voltando ao Mercado abandonado, ou se acredita no projecto da permuta de terrenos na Fontinha para assim custear um novo Mercado e outros edifícios municipais, ou se tem a coragem de dizer, que quem não acredita que os terrenos municipais podem ser uma boa moeda de troca para dotar o município, não percebe nada dentro de uma Câmara Municipal.
NEGAR essa permuta é embarcar na recolha de trunfos para depositar no regaço da actual presidente. É estar a dar razão a quem abandonou o Mercado Diáriuo à sua sorte e ao desígnio da ASAE.
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QUANDO se sabe - ou devia saber-se - que os terrenos na Fontinha ( um, dois ou três...) davam para implementar uma volumetria crescente até atingir o ponto negocial mais exigente e decente, para qualquer investidor permutar terrenos em troca da edificação de um Mercado Diário moderno e outras instalações e serviços de utilidade municipal, com novos acessos por sul.
Não entender isso é estar a certificar como bom esse abandono do projecto da Fontinha, como o fez esta presidente. E persistir em negar validade ao Projecto da Fontinha é negar alternativa à oposição. E uma oposição sem alternativa é uma oposição moribunda, nula.
A FONTINHA só precisava de estudo e de negociação. Mas isso não estava ao alcance de qualquer inexperiente e preconceituoso, que só vê nas urbanizações um antro de vigarices. Não obstante, não negar a oportunidade de se fazer pagar pelos conselhos que dá aos inquilinos, aos senhorios, aos construtores e aos urbanizadores, honrados cidadãos e larápios. Porque há quem se faz pagar pelos conselhos que vende.
Aqui neste blog é tudo à borla...
E aqui vai mais um:
- Os abrantinos nunca deviam ter aceite a entrega do município a um professor inábil e ignorante, sem a experiência de vida que nunca alcançara antes.
Só isso, teria bastado para salvar Abrantes.
No resto, sempre foram os terrenos e as volumetrias bem dimensionadas que geraram a sorte dos edifícios. E tal como a floresta, os campos agrícolas, a água dos rios, também são precisos os edifícios para se fazer um concelho.
Não há concelhos sem edifícios! Nem há edifícios sem terrenos urbanizados!