Chamaram-me à atenção para uma resposta dada no blog supra, através de um comentário anónimo.
Devo esclarecer que sempre coloquei os meus três nomes nas respostas a comentários que faço. mas nunca o fiz nesse blog. Se o professor Nuno Gil, que não conheço se não pelo seu blog, pensa que usei esse anonimato, devo assegurar que nada tenho a ver com isso. Aliás, parece que há por aí quem já se tenha denunciado, mas nem merecem crédito. São os tontos do costume.
Adiante.
Ainda bem que aceita com grande desportivismo a minha crítica como uma proposta séria e legítima. Nesse aspecto é já uma grande mais-valia para o conceito fechado e retrógrado ainda vigente por Abrantes. Assinalo isso com agrado. Já é um grande avanço. Haja Deus!
Por outro lado, sendo um deputado municipal as suas opiniões não podem cair em saco roto. E nesse sentido já lhe critiquei um discurso, uma outra opinião sobre um espaço público municipal e agora servi-me da sua opinião crítica sobre os custos da vinda de Bento XVI, que teriam custado ao INEM 200 e tal mil euros, para refutar esse raciocínio, que não era aceitável que passasse em claro, sem uma observação da minha parte. Já que Nuno Gil não se esconde no anonimato cobarde e mostrou elevação no trato, facto que muito me sensibiliza, vindo de um autarca abrantino.
Mas nada como recolher umas passagens da sua resposta às minhas críticas para recentrar melhor a questão:
NUNO GIL: «Antes de mais não estou contra a vinda de Sua Santidade o Papa Bento XVI a Portugal, a única coisa que questiono é os custos da sua vinda (estadia, transportes, palcos/altares, segurança, INEM, microfones banhados a ouro, entre outras coisas).
Quanto à vinda de turistas ao Santuário de Fátima, estes vêm quer cá tenha estado o Papa ou não, porque a Fátima vão essencialmente os devotos a Nossa Senhora de Fátima.
Contudo posso partilhar da opinião que nos 2 dias em que Sua Santidade esteve em Fátima vieram muitas pessoas de outros países para o ver, assim como nos outros 2 dias em que esteve em Lisboa e Porto, mas não justifica o aparato e principalmente os custos desse aparato que se montou em torno da vinda de alguém que representa Jesus.
E não querendo entrar em discussão religiosa, relembro só que Jesus nasceu, viveu e morreu num meio pobre, sem qualquer luxo.
Sem mais, um bem-haja Sr. Anónimo, pedindo-lhe apenas mais uma coisa, para a próxima não se esconda no anonimato.» - disse Nuno Gil.
Quanto à vinda de turistas ao Santuário de Fátima, estes vêm quer cá tenha estado o Papa ou não, porque a Fátima vão essencialmente os devotos a Nossa Senhora de Fátima.
Contudo posso partilhar da opinião que nos 2 dias em que Sua Santidade esteve em Fátima vieram muitas pessoas de outros países para o ver, assim como nos outros 2 dias em que esteve em Lisboa e Porto, mas não justifica o aparato e principalmente os custos desse aparato que se montou em torno da vinda de alguém que representa Jesus.
E não querendo entrar em discussão religiosa, relembro só que Jesus nasceu, viveu e morreu num meio pobre, sem qualquer luxo.
Sem mais, um bem-haja Sr. Anónimo, pedindo-lhe apenas mais uma coisa, para a próxima não se esconda no anonimato.» - disse Nuno Gil.
DOIS PONTOS BREVES:
1º - Não fui o anónimo. Penso que é pacífica essa comprovação. Mas não posso ignorar que incorre numa apreciação muito questionável, ao retirar a grande importância e o grande significado às visitas papais, desde Paulo VI, a João Paulo II e agora Bento XVI.
Fátima retoma outra ordem de grandeza funcionando essas visitas como certificados e rampas de prestígio crescente. A focagem da visita nos media de todo o mundo só reforçam esta minha opinião. Fátima com as visitas papais assume-se como um Santuário de primeira grandeza, o que muito honra o Estado Português. Portugal colhe a admiração e a projecção mediática daí decorrente. O turismo religioso inscreve uma outra página mais nobre. Sem as visitas de João Paulo II, Bento XVI não teria vindo agora e Fátima iria caindo num certo apagamento. Felizmente que nada disso aconteceu e é com orgulho que se deve encarar essa importante visita.
2º - Os custos e o aparato é questão que só quem não conhece o mundo em que vive pode deixar-se surpreender. Há as questões de segurança, incontornáveis depois do 11 de Setembro de 2001. Há o prestígio da segurança deste país, cuja imagem de anfitrião poderia ficar arrasada por longos anos, caso ocorresse algum incidente grave.
SE reparar os custos da Assembleia Municipal de Abrantes são de 55 mil euros anuais, o que na Legislatura somará 220 mil euros, tanto como o custo que apontava ao INEM. Já agora sempre gostaria de podermos avaliar o "retorno" desse investimento... Não me parece nada positivo, a avaliar pelo que vem decorrendo nestes últimos 16 anos... E olhe que da bancada do PSD nunca foi assumida a crítica ao esbanjamento dos 20 milhões de euros do Aquapolis...
Como não colhe invocar os tempos de Jesus de passagem por este mundo. Nessa altura não havia ESTADO... E esta é uma visita de Estado. Com outro significado que não a do Estado do Burundi...