Abrantes pode estar entre os indecisisos, ( na obediência ao "Sr. Carvalho"). Umas reticências que irão virar-se contra os autarcas do PS, que os deixarão em maus lençóis, tanto mais que Alegre não olha com bons olhos o desperdício e os abusos despesistas das autarquias.
Já as "reticências" do PS de Sócrates podem estar noutro plano de jogada política, para dar espaço de demarcação do candidato em relação às políticas do governo e poder abrir as portas para o PCP se juntar ao BE, no apoio a Alegre. A moção de censura votada por ambos pode já ter sido um sinal, pese ter que haver, inevitavelmente, um candidato PCP para segurar algum eleitorado comunista propenso a votar Cavaco na primeira volta.
Os 50,5 % de 2006 em Cavaco já não serão mais possíveis, pelo menos à segunda volta. E Passos Coelho também não tinha nada a perder se Cavaco fosse derrotado.
Tudo isto, se o desenrolar tumultuoso dos efeitos da crise não vier a desaconselhar a sua recandidatura. E os tumultos sociais só favorecem Alegre, tido como o único candidato capaz de moderar a "frente popular" que se adivinha...
Miguel Beleza no " Plano Inclinado" dizia com toda a clareza que infelizmente, a maioria dos rendimentos de salários e pensões dos portugueses, estão numa grossa fasquia entre os 600 e os 1 000 euros. É aí que se tem que ir buscar todo e qualquer agravamento de impostos para enfrentar a crise. Se tal vier a acontecer, Cavaco verá muitos dos seus eleitores a acusá-lo da "co-habitação" demasiado longa com Sócrates...
O que mais legitima Alegre, tendo o BE como abonador...