Desde logo porque deixou estes edifícios abandonados. Sem outra utilidade, por mais que enfeitem a coisa com novas utilizações de grupos teatrais - por ironia, não será outra farsa? - e tudo teria sido mais simples e com dinheiro de sobra para o combate eficaz aos fogos nos primeiros 20 minutos...
Era só preciso fazer o desenho e usar os riscos a vermelho e a amarelo... para o respectivo projecto de alterações...
Como dizia há dias, uma garagem em cave e um terraço no piso superior com mais saídas para a Avª Defensores de Chaves e o Centro Histórico não perdia estes prestimosos 80 "habitantes" da Corporação, a que deu a vida o Bombeiro Serrano.
«O Serviço de Incêndios de Abrantes
...“Illmº. Snr.
Tendo havido na noite de 15 do corrente hum grande incendio nas casas de Jeronimo José de Paiva, e occorrendo dificuldades em de attalhar pela falta d’ágoa, braços e outros accidentes, que a não ser os esfórcos da Tropa da Guarnição ficaria reduzido a cinzas tudo quanto possuia o mencionado proprietario, faz-se necessario dar as providencias para remediar, e attalhar no futuro consequencias de tanta monta, e que pode ser de maior perigo em huma Praça d’armas, e authorizado pelo Regulamento de Infantaria de 1763, Capitulo 22, folhas 210, artigos 13, e 14, mandei destribuir á Guarniçao a ordem de Praça, que remetto por copia, esperando que V.Eª se sirva propôla em Camara, e accordarem aquellas medidas, que julgem necessarias, requerendo-lhe se faça constar aos habitantes da Villa, que ficão sujeitos a huma multa todos os chefes de familias que não comparecerem nos fógos, por si, ou mandarem seus serventes com agoa; igualmente todos os carpinteiros, e Pedreiros devem ser avisados para apparecerem com as ferramentas proprias dos seus oficios. O que tudo me cumpre requisitar a V.a bem certo do zelo com que se emprega no Real Serviço, e no bem dos Póvos da sua Jurisdição. Deus guarde V. Eª Quartel General d’Abrantes 17 de Dezembro de 1830=António d’Azevedo Coutinho, Brigadeiro Governador.
(1) Livro de actas da Câmara de 5 de Março de 1829 (AHCA)Julga-se ser este o documento conhecido mais antigo, que referencia o início da organização de um serviço de extinção de incêndios em Abrantes. Consta ainda um breve regulamento das acções e providências a tomar em caso de fogo pelas guarnições militares existentes, assim como também da obrigatoriedade da população de Abrantes em acudir aos fogos quando estes ocorressem.
Neste ano de 1830, já existia algum equipamento específico para a extinção de incêndios, material esse, por exemplo uma bomba que se encontrava a cargo dos militares aquartelados nesta cidade e que porventura essa bomba estaria depositada na Casa da Bomba (2).
“ Em 31 de Julho de 1850 houve um grande incêndio nos olivais do Cabeço do Caneiro, ardendo um olival do Morgado Almada, outro do Capitão-Mor, o Dr. Manuel Joaquim Pimenta, e parte de outro pertencente a Joaquim dos Santos de Jesus “.(3)
Em 17 de Setembro do ano de 1858 o Governador da Praça, o General Barão da Batalha, ofereceu à Câmara uma bomba para acudir aos incêndios.Segundo o “Jornal de Abrantes” de 18 de Dezembro de 1960 e noticiando o aniversário do Centenário da Corporação de Bombeiros de Abrantes que se comemorou no dia 16 de Dezembro de 1960, dava conta que no ano de 1860, a Câmara Municipal sob proposta do vereador José Alves Roiz Machado, autorizou o mesmo a constituir um corpo de bombeiros, deliberando contratar homens, que deviam estar sempre de prevenção e já na altura fixava “ a gratificação de 240 réis a todos os que comparecessem na Casa das Bomba dentro de cinco minutos, após o sinal de alarme, e de cada vez que saíssem ”. »
in site dos Bombeiros de Abrantes