Sou um leitor atento dos textos e das obras de Maria Filomena Mónica. Nunca duvidei que, " sempre votou PS", como ontem sublinhou, embora "pense" deixar de o fazer.
Abespinhou-se no início do pograma. Mais exactamente, quando Medina Carreira lhe contrapôs, que nada tendo a ver com o Estado Novo (pois até estava ligado a um partido de esquerda, antes do 25 de Abril...), considerava que nesse tempo estávamos melhor, com mais e melhor jusiça, melhor ensino, maior segurança de pessoas e bens, com um 1º ministro que não roubava, com melhor agricultura, com melhor indústria onde o condicionamento industrial foi necessário para dar dimensão e sustentabilidade às poucas empresas, pois não seria possível autorizar 30 siderúrgias...
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AGORA há Liberdade!
contra-argumentava Filomena Mónica
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Curiosa observação de quem sempre votou PS. Há liberdade para o mais do mesmo...
Porque para ela, continua a haver aulas para ministrar na Faculdade e editores que olhando para a sua relevância nos media, sempre lhe vão publicando as suas obras, que até aprecio.
Liberdade teve a senhora quando ainda adolescente partiu para Oxford, onde completou os estudos e namorou com Vasco Pulido Valente.
Liberdade existe hoje, - por Abrantes - para se entregar 22 mil m2 aos primeiros que nos aparecem à porta a dizer que têm um projecto para uma clínica para acamados nórdicos, ou 128 milhões a um empresário que diz poder construir painéis solares para todo o mundo, coisa que só iremos comprovar, quando daqui a dois anos já tiver gasto esse dinheiro. O "nosso" dinheiro, que em 36 anos ninguém pôs à disposição do colectivo de fregueses cá do concelho, para equipamentos, cultivo de olivais e reordenamento da floresta e para implementação do turismo.
Enquanto isso, negaram-se aos fregueses autorização para construírem aquela casa, que hoje, comprometia milhares de famílias de abrantinos espalhados pelo mundo fora, a manterem laços de afectividade e de proximidade com a terra. Não estariam cá, mas estariam certamente a "puxar" pela terra e no regresso de alguns, mais alguma coisa iria mexer no concelho. Havia a certeza que a terra não iria nunca morrer. Coisa que hoje não podemos garantir em muitas das nossas freguesias.
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Mas há liberdade!
Para um ex-autarca ingressar como director da empresa dos painéis solares, a quem comprou 80 hectares por um milhão de euros e acabou por "cedê-la" ao empresário por apenas 100 mil euros, porque chegou cá com uma ideia dos painéis solares que na América e em Espanha, por exemplo, não vingaram...
O ex-autarca também havia cá chegado e andou cinco anos a espreitar pela janela do quarto alugado, onde ficava a porta do Palácio Falcão...
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O mesmo ex-autarca, que terá negado a construção de uma casa - um abrigo na terra - através de um PDM sectário durante os últimos 15 anos.
Façamos contas: 15 anos, 780 semanas, 2 ou 3 projecto e duas intenções de projecto ou pedido de viabilidade de licenciamento e outras tantas que já não avançaram pelo que viram acontecer aos familiares e aos amigos, tudo junto dava 7 000 novas habitações.
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Contas por baixo, pois como vereador vi em algumas das sessões semanais serem condicionadas com rejeição mais que certa e mesmo indeferidas, as autorizações para mais de uma dezena de pedidos. Não enjeitaria 7 mil indeferimentos, nesses 15 anos.
Qualquer coisa como 350 milhões a 700 milhões de euros em património imobiliário.
10 MILHÕES de EUROS em IMI por ano, que "fugiram" aos cofres municipais - metade dos custos da autarquia com as portas abertas - e 21 mil residentes temporários que iriam animar a vida económica no concelho.
Seriam 1.400.000 m2 de "ocupação" do solo, ( 1,4 km2 dos 713 km2), que nalguns casos já arderam em 1980, 1985, 1990, 1995, 2003, 2005 e 2007.
Admite-se que por arrastamento pudessem surgir outras tantas novas habitações, pelo exemplo e o contágio que essas coisas sempre geram entre amigos e familiares e o concelho teria hoje 7 MIL NOVAS HABITAÇÕES.
SETE mil novas habitações com uma "ocupação" de 1,4 milhões de m2, ou seja 1,4 km2 dos 713 km2 da área de todo o concelho.
SETE mil pagamentos de IMI por ano e 7 mil IMT, + 7 mil novos contadores de água e pagadores de resíduos sólidos e de taxas várias, incluindo dos esgotos. Umas centenas de postos de trabalho para cuidar dessas habitações. Mobiliário aos milhares, equipamentos e electrodomésticos, tudo um reforço comercial em potencia. Mais 21 mil potenciais frequentadores da restauração e dos parques fluviais.
Claro que o dinheiro para consumir 20 milhões anuais, quanto mais não seja, para termos as portas abertas na Raimundo Soares, sempre vai havendo.
Viva a liberdade!
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