Os custos dos terrenos para construção aumentaram 300 vezes mais desde 1974, e quando deviam representar 15% a 20 % do preço final do andar chegavam aos 60 %, o que significa que os bancos por cada empréstimo à habitação e à construção tinham que emprestar valores a dobrar. Como facturavam as suas comissões, a percentagem era a dobrar. Com um mesmo número de empréstimos bancários concedidos, como estavam a financiar valores especulativos, os ganhos vinham a dobra como o chouriço. Porém, como o dinheiro dos empréstimos era obtido lá fora, a nossa divída externa duplicou para pagar a especulação. Era sempre a somar...
Acontece, que nenhum economista – ou o Banco de Portugal - souberam equacionar a dimensão do grave problema que consistia em irem deixando crescer a despesa da habitação. Como se os empréstimos à habitação não aumentassem a dívida externa do país, quando os bancos iam ao crédito estrangeiro buscar o dinheiro para financiar a construção e a compra de casa própria de milhares de portugueses sem meios próprios para o fazerem. Nessa altura ninguém cuidada de avaliar os impactos da dívida externa.
Num país onde sobravam tantos terrenos baldios que ninguém utilizava, havia outros que eram vendidos a preço de ouro. Desde 1974, os preços dos terrenos para construção aumentaram trezentas vezes mais. Se os preços dos andares aumentaram apenas 100 vezes mais, logo ficava bem demonstrado onde estava a grossa fatia da especulação imobiliária. Se os preços dos terrenos sempre haviam representado 15 a 20 % do preço final dos andares, quando a especulação os fez chegar aos 50 % e aos 60% do custo final, era certo e sabido que um andar de 100 mil euros estava a custar o dobro do que devia. O mesmo será dizer, que metade dos montantes dos empréstimos concedidos pelos bancos, foram para cobrir a especulação imobiliária. O mesmo é dizer, que metade das comissões cobradas pelos bancos devem-se à especulação nos preços dos terrenos.
A nossa dívida externa duplicou estupidamente, para safar os especuladores e agora quem paga a factura são os desempregados... e os contribuintes...
ESTE PAÍS É UMA FICÇÃO!
Os novos senhores do BCE - Trichet & Contâncio - deviam saber isto...