Quando vejo meia dúzia de comparsas a trocarem beijos e abraços, já sei que estão feitos e que comem da mesma gamela.
Pateticamente, esses comparsas da mesma gamela, pensam que o definhamento acelerado do país, nunca os irá atingir.
Pensam que a gamela há-de estar sempre cheia para eles, e que o povo faminto não desce à cidade e não os cerca: invade, destrói e mata para comer e dar de comer aos seus filhos.
Esses comparsas pensam que pertencem a uma casta de privilegiados. Com eles nada de mal há-de acontecer. Que ninguém lhes irá bater à porta a pedir por contas. E acreditam que aqueles comissários que os protegem hoje, amanhã não estarão já detidos dentro de uma carrinha celular ou em fuga cobarde num voo fretado.
Despesas sumptuárias irão acabar escrutinadas em motins. Nos motins ninguém respeita a autoridade. A injustiça reinante é um perigoso rastilho.
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Qualquer carro parado ou a circular será vandalizado ou incendiado.
Porém, há por aí uns hipócritas que desmentem tudo. Não e não. Dizem - mentindo despudoradamente - que essas coisas só se passam em países ditos do 3º mundo e se houve atentados terroristas em Espanha ou bairros com centenas de carros incendiados pelas ruas, como aconteceu em Paris.
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Pacheco Pereira como já aqui reproduzi, dá nota de uma cidade na ex-Jugoslávia que tem agora dois presidentes de câmara: um sérvio e outro albanês. A NATO paga tudo.
Há rivalidades étnicas gritantes numa sociedade onde se rouba tudo nas ruas ou nas casas ou até a madeira nas propriedades florestais. A poderosa NATO, já não impede isso.
O mais caricato, é que os gangs de criminalidade integram uma multicidade de raças e étnias. O crime organizado não se dividiu em questões de raças, como a sociedade civil em geral. Os gangs trabalham em conjunto.
Com as suas regras e códigos de guerra, mas estão lado a lado. É crime organizado.
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Há poucos dias, um motorista parava o seu camião e dirigia-se para uma Zona de Serviço na A-23 em Abrantes, manhã cedo. Uma troca de olhares, qualquer coisa mais e três indivíduos esbofetearam o motorista e mataram-no, quando este fugia.
Isto não se passou na ex-Jugoslávia. Passou-se em Abrantes.
Eu não tenho solução para tudo. Nem sei tudo. Porque como sempre ouvi dizer aos mais velhos, o sabe tudo ainda não nasceu.
Mas sei que algo vai mal.
Pior: há responsáveis que dizem ser a criminalidade um " custo social da modernidade e da civilização" e não actuam, porque faltam hoje os interlocutores étnicos, os patriarcas das seitas. Assim, nada de bom podemos esperar.
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Eu não me resigno. Eu não fico calado. Mas falando, acabo por verificar que se montou um cerco de estranhas e cruzadas insídias, porque eu não abro mais a minha caixa de comentários a canalhices anónimas ou cruzadas.
Canalhices que apagadas dos comentários têm estado a ser coleccionadas em gravações à boa maneira pidesca. Deturpadas e fora de contexto.
Esta sociedade está podre e nojenta. Enquanto tiver vida e saúde e cabeça para pensar, ninguém me irá desmentindo. Para mim, um canalha, é sempre um canalha, esteja o canalha na ex-Jugoslávia ou no Ribatejo.