O que escrevi no cabeçalho do blog não significa que possa ser transponível para o poder local em Abrantes.
O DRAMA que ainda se disfarça no país, é que, ao contrário, em ABRANTES, já não há cidadania, nem pessoas livres para a exercer, sem temor pela senhora câmara e seus acólitos!
.
Porque o poder local em Abrantes assenta numa artificialidade. A artificialidade de dar peso e representatividade a um grupo de amizades unidas pelo cruzamento de meros interesses pessoais e de corporação, há mistura com a cumplicidade dos tempos dos bancos de escola ou dos jantares em casa de amigos comuns. Isso funcionou, enquanto houve milhões todos os anos a chegarem e a sobrarem para festas e comissões...
Hoje, os munícipes cada vez mais envelhecidos e pobres só se chegam à Acção Social. Fazem número, consomem e ficam satisfeitos hoje. Mas amanhã, já não votam!
Em 2013, um quinto ou um quarto dos votantes de hoje, já não irão votar.
Esse é o drama da pertuação do poder. E começa a não haver dinheiro para dar novos empregos. Logo, os jovens afastam-se. E fica quem?!
Pois é. Está tudo finito!
.
O poder socialista assenta num secretariado de 23 pessoas onde, 20 votam no que um previamente, mandou votar.
E, em que votam esses 20 ?
No resultado mais favorável a que tudo lhes continue a correr bem no seu emprego ou nos seus negócios que dependem de quem lhes deu o mote para o voto em unanimidade.
Não será preciso fazer um desenho...
Nos partidos da oposição, tanto podem ter eleições com doze votos, como com quarenta ou sessenta. Mas não se vislumbra nunca a discussão de um modelo de concelho vocacionado para cuidar dos munícipes de dentro. Há oportunidades de negócio, até para quem nunca conheceu o concelho antes.
Se o PSD fosse alternativa no poder local, todos iriam verificar como os novos dirigentes laranjas se clonavam com certos e determinados dirigentes anteriores do PS.
Deixo só à imaginação de cada um, o querer encontrar no PSD um clone do Pina da Costa, um clone de Isilda Jana, um clone de Nelson Baltazar, um clone do vereador Valamatos, um clone de Celeste Simão, etc, etc...
.
Isto só mostra, como estamos ainda muito longe de fazer funcionar bem este pobre e endividado país. Passámos 36 anos a querer aceitar que a salvação do país e dos concelhos, se resumia a uma dança de cadeiras. Hoje olhamos a sala de baile e só vimos, cadeiras tombadas e lixo...