Acrescentando as amplas janelas nas paredes, não se vê tão grande inconveniente pela implantação da torre, no meio daquela volumetria.
Não há incoerência alguma no meu texto de 18 de Janeiro de 2008, quando o "Museu Ibérico" não passava de uma recuperação e adaptação do Convento de S. Domingos, a precisar de obras na sua ala sul/poente. O texto vem na resposta a uma intervenção de Isilda Jana e Pedro Marques nesse dia na Rádio Tágide.
Falava-se em 10 milhões para essas obras. Um exagero, se acaso se tratasse de recuperar e restaurar apenas essa parte do Convento.
Ainda nada se sabia da valiosa Colecção Estrada, que só seria apresentada em Maio de 2009, numas peças avulsas e num catálogo.
Somente na noite de 14 de Junho de 2008, se mostrou o "projecto", um caixotão sem janelas, com as paredes cegas e a crescer ao lado do Convento, onde hoje está o parque de estacionamento superior e as salas de aula no velho celeiro dos frades. Ficava-se sem perceber se havia obras ou não dentro do Convento na ala danificada.
Só em Junho de 2009, em debate que travei com o Arquitecto Carrilho da Graça e depois de apontar sérias resaervas ao projecto, verifiquei que afinal a nova maquete já trazia janelas amplas nas paredes. Debati isso mesmo com o arquitecto. E aceitei como boa solução essa reviravolta no projecto a par da utilização do terraço da torre, no último piso, para bar/restaurante. Apontei um lapso que era a entrada da torre estar virada para sul prejudicando a acessibilidade do lado do Jardim da República e cortando a harmonização e a envolvente mais desejada para a animação do Centro Histórico.
Este meu alerta viria a ser elogiado a seguir pelo arquitecto A. Castelo Branco, que se manifestou concordante com essa observação que também ele subscrevia por inteiro. Ora aqui está uma reviravolta desse arquitecto, quando hoje alimenta com calúnias no blog " Amigos por Abrantes" que vem partilhando com o Dr. Falcão Tavares e o Engº Carreiras, como este declarou à Rádio Tágide e, ao que fui informado mais tarde, o conteúdo desse blog, terá desagradado imenso ao Núcleo Monárquico e ao próprio Senhor D. Duarte.
No que é que eu mudei em relação ao projecto do arquitecto de 18 de Janeiro de 2008 para Junho de 2009?
Tomei conhecimento directo de que a colecção Estrada era mesmo valiosa e ímpar. Apercebi-me que qualquer obstáculo ao Museu poderia dar pretexto para a Colecção fugir de Abrantes.
A torre acabou por não ser mais o "caixotão" pelas alterações anunciadas em Junho de 2009, muito diferente do "caixotão sem janelas" de 14 de Junho de 2008.
Perante tudo isto, não seria a altura da torre que poderia anular a valia do Museu e do seu valioso recheio.
Mas ainda assim, deixei bem sublinhado que estava ali naquele debate - eu dei a cara e falei com tom crítico sobre as lacunas apontadas ao projecto - para discutir o projecto, mas nunca para dar cobertura aos aspectos financeiros da obra e ao suporte económico do mesmo.
Não há incoerência alguma. As explicações e alterações apresentadas desde Janeiro de 2008 ( as obras de recuperação e adaptação do Convento a Museu, afinal eram falsas), até ao "caixotão" já exterior ao Convento em Junho de 2008 ( mas de paredes cegas), acabava por dat lugar a uma torre com amplas janelas e um terraço panorâmico no terraço do próprio Museu Ibérico.
E mais importante do que tudo: a valiosa colecção Estrada.
Tudo simples. E sem perder de vista o acautelar do interesse da permanência da colecção em Abrantes.
Só os parvos do costume é que ainda não perceberam isso. Quanto aos dinheiros, isso é outra conversa e receio que a crise já tenha deitado tudo por terra...