A "Vantagem exclusiva" ou usando o termo que os ditos repudiam - privilégio - fez certa elite amiga das bordas da gamela, soberba e arrogante.
Um professor porque conseguiu ao fim de sucessivas revoltas e greves do seu sindicato disparar para uns tectos salariais de fim de carreira, que o país já não poderá pagar mais dentro de poucos meses, vê-se capaz de assumir um contrato de saúde que o liberte dos apertos, e das limitações do SNS que não deseja para si.
Só que por cínica deformação profissional, ainda persiste no erro de que o país tem mesmo que poder pagar-lhe o salário inadequado que a luta mais acérrima do seu sindicato logrou impôr a um governo, que tem na ministra uma antiga professora, que sempre será reformada pela tabela que aprovou à classe dos professores, a que nunca deixou de pertencer, e um dia para lá regressará, mal saia do governo.
Estão a ver a porca e os leitões? Não vale a pena fazer outro desenho, pois não?!
Se não fosse essa poderosa "extorsão sindical", o professor não se queixava por ser rico. Porque só sendo rico - à custa dessa "batota sindical" - é que consegue pensar em deixar de ajudar a Segurança Social dos mais pobres.
Um raciocínio demasiado cínico, que se mete pelos olhos dentro. O professor acha que sendo pago por um ordenado que sempre lhe permite optar por um seguro de saúde de rico, não tem deveres para com o país onde 20 % vive na condição de extrema pobreza e 66 % aufere menos de 1 000 euros por mês. E que esses pobres só têm é que exigir ao Estado o SNS gratuito, ou tendencialmente gratuito, sem que os docentes se sintam moralmente obrigados a contribuírem para o mesmo. Nada disso! A sua deontologia e a sua pedagogia não descem para esses caminhos tortuosos da vida dos pobres.
O país deles, - dos Senhores Professores - é o país dos ricos, pese a sua profissão estar a produzir os mais anafabetos seres da OCDE, logo a seguir ao México, dos cartéis da droga...!!!
Só falta serem mais rigorosos no discurso e irem ao cerne da questão, esclarecendo da sua poltrona majestática, que essa exigência dos mais pobres, nunca poderá pôr em causa o abastecimento regular do seu vencimento mensal, logo ao dia 22... !!!
ERA O QUE FALTAVA!
Mais a mais, os professores sempre foram "cidadãos de gema"... e souberam trabalhar muito bem, as claras em castelo...
A pobreza que espere, se quizer...
Quem é que os mandou serem pobres?!