Sendo certo, que mais vale cair em graça do que ser engraçado...
Ainda o vereador, Dr. Santana Maia não tinha nascido, já eu me habituara a respeitar o nome Santana Maia. Costumava acompanhar, ainda em criança, o meu avô ao consultório do Dr. Manuel Santana Maia, tio-avô do vereador. Ainda estou a ver aquele consultório na meia cave de um prédio no Chafariz, - ali defronte do Mercado encerrado pela ASAE, - e a simpatia de ambos nos cumprimentos à chegada e à saída.
Foi em nome desse respeitoso e sincero sentimento em relação ao nome Santana Maia, que em pleno debate no Teatro de S. Pedro há um ano atrás, não aproveitei aquele lapso de linguagem desabrida do candidato do PSD ao insurgir-se contra o Arqº Albano por ele dizer que foi quem fez tudo o que está feito em Abrantes. E de imediato lançou aquele triste exemplo que deixou a sala muda e fria, ao sublinhar que por ventura se " o arquitecto tivesse apanhado a minha mãe à sua frente, se calhar era capaz de vir hoje para aqui dizer que também me tinha feito a mim..."
.
Não deixa de ser irónico, que o "Nova Aliança" onde fui seis anos colunista me tenha querido censurar os dois últimos artigos que lá publiquei. Não transigi. Poucos me deram razão. Uma generosidade que nunca esperei obter por Abrantes.
O texto desta semana do Dr. Santana Maia deixa-me mais reconfortado e ao mesmo tempo mais conhecedor da natureza humana, mesmo tratando-se de um jornal da Igreja.
.
AQUI FICA UM EXTRATO do aludido texto:
«Se fosse eu que mandasse, Carlos Queirós não seria o nosso seleccionador, mas também não posso aceitar a forma pouco séria como o querem despedir.
E tendo em conta o alegado fundamento do processo disciplinar, não posso deixar de trazer à colação a defesa do saudoso Ramada Curto de um seu cliente acusado de ter chamado “filho da puta” ao ofendido.
Nas suas alegações, Ramada Curto começou por chamar a atenção do juiz para o facto de, muitas vezes, se utilizar essa expressão em termos elogiosos (“Aquele filho da puta é o melhor de todos”) ou carinhosos (“Dá cá um abraço, meu grande filho da puta!”), tendo concluído as suas alegações da seguinte forma: «E até aposto que, neste momento, V.Ex.ª está a pensar o seguinte: “olhem lá o que aquele filho da puta não se havia de lembrar só para safar o seu cliente!...”».
Chegada a hora de sentença, o juiz vira-se para o réu e diz: «o senhor vai absolvido mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado».
Enfim, apesar de já ter falecido há muitos anos, penso, no entanto, que o melhor advogado de Carlos Queirós ainda continua a ser o saudoso Ramada Curto.»
E tendo em conta o alegado fundamento do processo disciplinar, não posso deixar de trazer à colação a defesa do saudoso Ramada Curto de um seu cliente acusado de ter chamado “filho da puta” ao ofendido.
Nas suas alegações, Ramada Curto começou por chamar a atenção do juiz para o facto de, muitas vezes, se utilizar essa expressão em termos elogiosos (“Aquele filho da puta é o melhor de todos”) ou carinhosos (“Dá cá um abraço, meu grande filho da puta!”), tendo concluído as suas alegações da seguinte forma: «E até aposto que, neste momento, V.Ex.ª está a pensar o seguinte: “olhem lá o que aquele filho da puta não se havia de lembrar só para safar o seu cliente!...”».
Chegada a hora de sentença, o juiz vira-se para o réu e diz: «o senhor vai absolvido mas bem pode agradecer ao filho da puta do seu advogado».
Enfim, apesar de já ter falecido há muitos anos, penso, no entanto, que o melhor advogado de Carlos Queirós ainda continua a ser o saudoso Ramada Curto.»