Os Serviços Municipalizados de Abrantes seguindo uma gestão criteriosa implementada pelo CEO Dr. Pina da Costa, da holding municipal idealizada por Nelson de Carvalho, souberam aproveitar e explorar uma dádiva da natureza - o rio Zêzere - e uma boa aplicação financeira do Dr. Oliveira Salazar, com o rasgo da visão do Engº Duarte Pacheco - esses dois grandes obreiros da barragem do Castelo de Bode.
Por coincidência, entre estes grandes animadores do empreendedorismo, - todos beirões de gema - não está ninguém ligado às famílias tradicionais e históricas de Abrantes, o que não deixa de constituir um sinal de fina ironia.
Mas tudo isto, nunca seria possível se não vivessemos em democracia pluralista, pois tudo se fica a dever à clarividência daqueles 9 mil votantes sempre alinhados com fervor religioso diante das listas do PS. Votantes que não olharam à mesquinhez de alguns populistas que lançaram campanhas odiosas manipulando os eleitores contra esse aspecto incontornável, que era o preço da água, que tinha que ter um custo. Aí, esses mais de 22 mil consumidores que com esgotos ou sem esgotos pagam tudo o que lhes é exigido, lá continuaram a pagar com religiosidade mensal.
É certo, que esses 9 mil votantes não fizeram mais do que os 37 mil eleitores não desdenhariam de todo, e que tacitamente sempre vêm encolhendo os ombros, pois na sua sabedoria subserviente, já perceberam que convém não fazer ondas.
Até há os que aplaudem agora essa nova carreirra da Rodoviária que do Largo 1º de Maio os vem passear até à Zona Industrial - à nova sede dos SMA - e depois trá-los de volta pelo Alto da Srª da Luz, do Paúl e S. Lourenço a oxigenar-lhes a mente. É pena trazerem a carteira vazia, senão o comércio também iria beneficiar imenso.
Aguardemos por melhores dias. Sendo certo, que a factura da água nunca irá aumentar antes das primeiras chuvas, lá para Novembro.
Vendo bem, 10,80 € pelo consumo mínimo dos 3 m3, sempre dá um preço de 2 cêntimos o garrafão de água, nada que se compare aos outros garrafões de água nos hipermercados, a mais de 2 €. E ainda lhes levam o esgoto das sanitas, aqueles que estão ligados ao colector, coisa rara, fora da cidade.
Sim é verdade. O povo dessas freguesias fora da cidade teimou toda a vida em implantar as retretes e as cozinhas nas traseiras das casas e agora se quiserem ligar aos colectores na rua da frente, teriam que rebentar com os pavimentos das casas e dos jardins. Ou em alternativa passarem as casas de banho e as cozinhas para os primeiros andares, coisa muito incómoda e dispendiosa, já se vê. Mas os serviços técnicos há anos que se descuidaram com o regulamento e quando um vereador veio recomendar em 2002, que o alinhamento obrigatório dos esgotos das casas se fizesse para a rua, já com as fossas nas frentes das casas, para ficarem mais perto dos colectores a instalar futuramente, ninguém cuidou de respeitar essa proposta.
Se não fosse a Bandeira Azul na albufeira e nunca haveria esgoto na Aldeia de Mato. Esgoto do faz de conta, pois ninguém vai ligar lá nada, tirando meia dúzia de endinheirados. Mas vale pela intenção e por se poderem mostrar umas tantas tampas de esgoto, a sobressaírem acima do alcatrão. Isso irá constar na estatística e nas imagens do Google.
Mas está tudo bem. Ninguém mais irá pedir por contas. Esta gente é muito cordata e de uma bondade infinita. Nem faltam à missa.