Foto cidadão Abt
O número de famílias com dificuldades financeiras, que recorrem à ajuda da Câmara Municipal de Benavente para ter acesso a uma refeição quente, mais do que duplicou desde o ano passado. Só no mês de Julho de 2010 a autarquia pagou cerca de cinco mil euros às duas instituições do concelho que fornecem refeições à população carenciada. Em vez de ter refeitório social a câmara aproveita os refeitórios das instituições, viradas para a solidariedade social, que ajudam na tarefa de “aliviar o sofrimento de algumas famílias”.
Os pedidos chegam aos serviços de acção social do município, que faz uma análise pormenorizada da situação de cada utente. Há famílias inteiras – pais, avós e netos - que vão buscar uma refeição quente. Há quem leve almoço e jantar. Há quem tenha direito apenas uma refeição quente.
“A Segurança Social responde com ajudas eventuais, mas as pessoas precisam de comer todos os dias”, argumenta o presidente da Câmara Municipal de Benavente, António José Ganhão (CDU), que considera que o apoio prestado é uma forma de intervir socialmente sem expor as famílias que atravessam situações de desemprego ou miséria envergonhada.
Quem se dirige à Santa Casa da Misericórdia de Benavente, para levantar a refeição diária, não se senta ao lado dos utentes da instituição. Não é apenas por falta de espaço (a instituição não tinha forma de o fazer), mas uma opção dos próprios beneficiários que tentam fugir ao estigma. “A ideia de asilo e da sopa dos pobres ainda existe na cabeça das pessoas”, revela o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Benavente, Norte Jacinto.
Não são idosas as pessoas que vêm levantar as refeições. Existem os “dependentes sociais profissionais” mas também pessoas comuns que atravessam situações pontuais de dificuldade porque o subsídio de desemprego acabou ou porque ficaram desempregadas e os apoios sociais demoram a chegar.
Cada refeição confeccionada pela Santa Casa da Misericórdia de Benavente – que está a entregar actualmente 13 por dia - custa à câmara municipal três euros. O valor é sempre igual mesmo quando o custo ultrapassa esse montante. O último pagamento da câmara à instituição rondou os 1300 euros, mas a mensalidade anterior atingiu os 1800.
O Centro de Bem-Estar Social Padre Tobias - para onde a câmara transferiu 3150 euros referentes ao mês de Julho - fornece 33 refeições diárias em Samora Correia. A factura que a câmara paga pelas refeições, que já pesa na conta do município, tem aumentado acompanhando o evoluir da crise. “Nós não tínhamos felizmente casos graves no concelho. Tínhamos situações esporádicas. Agora apareceu um maior número de famílias que se vê numa situação de não ter rendimentos que permitam sustentar-se”, revela António José Ganhão.
“Se nós, que estamos próximos das pessoas, cortarmos apoios sociais a estas famílias que alternativas existem? A Segurança Social não pode responder e não chega dar um saco com alimentos. São pratos confeccionados para que as crianças possam tomar a sua refeição”, sublinha o presidente da câmara.» in Mirante online
O número de famílias com dificuldades financeiras, que recorrem à ajuda da Câmara Municipal de Benavente para ter acesso a uma refeição quente, mais do que duplicou desde o ano passado. Só no mês de Julho de 2010 a autarquia pagou cerca de cinco mil euros às duas instituições do concelho que fornecem refeições à população carenciada. Em vez de ter refeitório social a câmara aproveita os refeitórios das instituições, viradas para a solidariedade social, que ajudam na tarefa de “aliviar o sofrimento de algumas famílias”.
Os pedidos chegam aos serviços de acção social do município, que faz uma análise pormenorizada da situação de cada utente. Há famílias inteiras – pais, avós e netos - que vão buscar uma refeição quente. Há quem leve almoço e jantar. Há quem tenha direito apenas uma refeição quente.
“A Segurança Social responde com ajudas eventuais, mas as pessoas precisam de comer todos os dias”, argumenta o presidente da Câmara Municipal de Benavente, António José Ganhão (CDU), que considera que o apoio prestado é uma forma de intervir socialmente sem expor as famílias que atravessam situações de desemprego ou miséria envergonhada.
Quem se dirige à Santa Casa da Misericórdia de Benavente, para levantar a refeição diária, não se senta ao lado dos utentes da instituição. Não é apenas por falta de espaço (a instituição não tinha forma de o fazer), mas uma opção dos próprios beneficiários que tentam fugir ao estigma. “A ideia de asilo e da sopa dos pobres ainda existe na cabeça das pessoas”, revela o provedor da Santa Casa da Misericórdia de Benavente, Norte Jacinto.
Não são idosas as pessoas que vêm levantar as refeições. Existem os “dependentes sociais profissionais” mas também pessoas comuns que atravessam situações pontuais de dificuldade porque o subsídio de desemprego acabou ou porque ficaram desempregadas e os apoios sociais demoram a chegar.
Cada refeição confeccionada pela Santa Casa da Misericórdia de Benavente – que está a entregar actualmente 13 por dia - custa à câmara municipal três euros. O valor é sempre igual mesmo quando o custo ultrapassa esse montante. O último pagamento da câmara à instituição rondou os 1300 euros, mas a mensalidade anterior atingiu os 1800.
O Centro de Bem-Estar Social Padre Tobias - para onde a câmara transferiu 3150 euros referentes ao mês de Julho - fornece 33 refeições diárias em Samora Correia. A factura que a câmara paga pelas refeições, que já pesa na conta do município, tem aumentado acompanhando o evoluir da crise. “Nós não tínhamos felizmente casos graves no concelho. Tínhamos situações esporádicas. Agora apareceu um maior número de famílias que se vê numa situação de não ter rendimentos que permitam sustentar-se”, revela António José Ganhão.
“Se nós, que estamos próximos das pessoas, cortarmos apoios sociais a estas famílias que alternativas existem? A Segurança Social não pode responder e não chega dar um saco com alimentos. São pratos confeccionados para que as crianças possam tomar a sua refeição”, sublinha o presidente da câmara.» in Mirante online