Porém, os zigue-zagues da CE provocaram medos e restrições a esse plantio... num "planta arranca"
Dá vontade de rir quando se fala na obrigação legal dos proprietários limparem a floresta numa faixa de 10 m afastado das faixas de rodagem ou nos 100 metros mais próximos das habitações ou áreas industriais - as áreas industriais doTRAMAGAL e de ALFERRAREDE estão em desrespeito da lei, conforme Artº 16 º do Dec. Lei nº 156/2004.
No limite, todos os pinhais e eucaliptais junto às povoações das nossas freguesias rurais estariam ilegais nessa faixa de 100 metros, colados às habitações, para já não falar ao longo de estradas municipais ou da EN 358 no Norte do concelho, por exemplo.
Em termos de Protecção Civil a hipocrisia municipal é total e absurda. E a inacção é de todo insustentável.
Mais: essa hipocrisia tem contornos de perfídia, quando se deixaram passar anos e anos a falar de "ordenamento florestal e mais tarde de ZIF`s, sem nunca ninguém ter apresentado mapas onde se estudassem novas propostas de diversificação do mosaico florestal com os adequados e necessários apoios aos proprietários aborígenes.
O pouco que se falou foi sempre no sentido do esbulho das propriedades (as ZIF`s roçam a crueldade e a boçalidade) e da exclusão dos proprietários tradicionais.
Acresce, todo o desinteresse e a falta de apoios quanto à instalação e incentivo à criação do gado caprino, em pastagem livre, de longe o melhor agente de desmatação natural da floresta.
Paradoxalmente, talvez nos últimos 40 anos, nunca se tenha falado destes assuntos tão prementes para o ordenamento do território e para a defesa equilibrada do ambiente.
Tudo junto, as nossas aldeias foram entregues à sua sorte e senão fosse o alcatrão em muitas delas, já haveria por aí muitos eucaliptos de geração "expontânea" no meio das estradas. E é neste ciclo vicioso que se deixámos capturar: a floresta desordenada cercou e asfixiou os cascos históricos urbanos das nosass aldeias, cuja dimensão desse perigo, acabou por surgir com os fogos florestais dentro das nossas casas rurais, quando não se dá o caso de entrar pelas franjas urbanas da cidade.