10 cêntimos, 20 cêntimos, 30 cêntimos
Se compararmos o Anexo III deste Despacho com o deste, verificamos:
aos alunos do primeiro ciclo do Ensino Básico (1º, 2º Anos), integrados no escalão A, é concedido, na comparticipação de manuais, um aumento de trinta cêntimos (de € 26 para € 26,30);
aos alunos do mesmo ciclo, integrados no mesmo escalão, mas do 3º e 4º Anos, é concedido igualmente um aumento de trinta cêntimos (de € 32 para € 32,30);
aos alunos do mesmo primeiro ciclo (1º e 2º Anos), integrados no escalão B, é concedido um aumento de dez cêntimos (de € 13 para € 13,10);
aos alunos dos 3º e 4º Anos, integrados no escalão anterior, é concedido um aumento de vinte cêntimos (de € 16 para € 16,20);
aos alunos do segundo ciclo do Ensino Básico (6º Ano), integrados no escalão B, é concedido um aumento de cinquenta cêntimos (de € 50 para € 50,50);
aos alunos do Ensino Secundário, integrados no escalão A, é concedido um aumento de cinquenta cêntimos (de € 135 para € 135,50);
aos alunos do Ensino Secundário, integrados no escalão B, é concedido um aumento de trinta cêntimos (de € 67,50 para € 67,80).
O que acabaram de ler é um insulto. Nada mais do que isso. Seria politicamente mais compreensível não haver alterações (invocando, claro está, a situação presente, etc), do que fazer aquilo. Trata-se de um duplo insulto, porque o objectivo é puramente propagandístico: poder o governo gabar-se de ter aplicado aumentos nas comparticipações dos manuais escolares. Temos, assim, um insulto político directo aos que experimentam dificuldades e indirecto a todos os outros.Não me chocaria que, por estes dias, José Sócrates, em tournée pelo país, fosse, em cada paragem, recebido por uma chuva de moedas de um cêntimo, de dois, de cinco...
Publicada por Carlos Botelho em - in Cachimbo de Magritte