João Pinheiro Chagas ( 1863 - 1925) foi chefe de Governo da I República por 70 dias em 1911, passando depois uns anos por Paris, como representante de Portugal.
Em 15 de Maio de 1915, na sequência da revolta de 14 de Maio foi indigitado novamente para chefe de governo, mas já não tomaria posse em resultado do atentado que sofrera no comboio no Entroncamento, onde fora alvejado com três tiros, tendo sobrevivido, mas perdido uma vista.
Em 15 de Maio de 1915, na sequência da revolta de 14 de Maio foi indigitado novamente para chefe de governo, mas já não tomaria posse em resultado do atentado que sofrera no comboio no Entroncamento, onde fora alvejado com três tiros, tendo sobrevivido, mas perdido uma vista.
O autor do atentado foi o Senador João de Freitas, advogado, e republicano que fora o primeiro Governador Civil de Bragança, nomeado pela República.
Quando eleito para o Parlamento foi substituído pelo irmão António de Freitas, no cargo de Governador Civil. Estará no caso ocorrido com o irmão, a razão desse atentado. Nele o Senador Freitas foi alvejado pela GNR, e acabaria linchado pela multidão enfurecida, no Entroncamento, com cenas bastante cruéis, pois terá sido obrigado a beber fel, antes de linchado pela multidão enfurecida.
O motivo daquele atentado prendia-se com a destituição do irmão quando foi também Governador Civil de Bragança, destituição essa ordenada por João Chagas, ao tempo, ministro do Interior e Chefe do governo em 1911, por suspeitas injustificadas sobre o Governador, acusado de colaboracionismo com a incursão monárquica de Paiva Couceiro, derrotado em Chaves.
Quando eleito para o Parlamento foi substituído pelo irmão António de Freitas, no cargo de Governador Civil. Estará no caso ocorrido com o irmão, a razão desse atentado. Nele o Senador Freitas foi alvejado pela GNR, e acabaria linchado pela multidão enfurecida, no Entroncamento, com cenas bastante cruéis, pois terá sido obrigado a beber fel, antes de linchado pela multidão enfurecida.
O motivo daquele atentado prendia-se com a destituição do irmão quando foi também Governador Civil de Bragança, destituição essa ordenada por João Chagas, ao tempo, ministro do Interior e Chefe do governo em 1911, por suspeitas injustificadas sobre o Governador, acusado de colaboracionismo com a incursão monárquica de Paiva Couceiro, derrotado em Chaves.
Augusto de Castro, que foi director do Diário de Notícias duas vezes (1919 a 1924 e 1939 a 1971) escreveria uma carta também célebre a João Chagas em Abril 1922, no ano depois do assassínio do 1º ministro António Granjo e do herói da República Machado Santos, na célebre noite sangrenta, em Outubro de 1921, e onde dizia Augusto de Castro:
« o país deseja que o governem. Combatem-se os efeitos, mas deixam-se de pé muitas causas. Os pertubadores civis continuam, ninguém os desaloja dos seus ninhos de sombra.»
Surpreende, que um conhecido colunista cá pelo Ribatejo, tenha querido apresentar como sábia uma carta miserável, escrita por João Chagas, e dirigida em tom soez ao jovem rei, dez meses depois de ter assistido ao assassinato do seu próprio pai, o rei D. Carlos, e do seu irmão, o principe herdeiro D. Luís Filipe.
Para quem é portador desta miserável e trágica biografia política, que espelha toda a barafunda da I República, hoje, todos percebem que João Chagas, ao escrever aquela carta ao rei D. Manuel II, não revelou grande discernimento e como o tempo e a história vieram provar inapelavelmente, terá perdido uma grande oportunidade em ficar calado.
Aqui fica uns excertos dessa carta de João Chagas, que só por desonestidade intelectual, alguém poderia elogiar e enaltecer:
« a monarquia vai acabar em Portugal. “É lastimável que V. M. herdasse um trono a cair, mas a verdade é esta: ele está a cair. V. M. é muito novo, mas para o mundo que veio encontrar é velhíssimo. Tem dezanove anos e tem séculos. Veio tarde. Alguns quinze ou vinte anos mais cedo, a sua mocidade seria talvez a mocidade dos princípios. Os princípios envelheceram e não há homem novo que salve princípios velhos.
O legitimismo tem ao seu serviço verdadeiras primaveras e está morto.
V. M. é uma primavera ao serviço do inverno liberal.
A decrépita monarquia só invoca a seu favor a mocidade de V. M. É pouco. É nada.
Que fazer? Nada!
V. M. foi malogrado pela história e não há esforço humano que o faça vingar, Se tivesse a idade e reflexão de Amadeu de Sabóia, cujo sangue lhe gira no entanto nas veias e é sem dúvida a sua porção generosa, V. M. renunciaria voluntariamente, como ele, a um trono de antemão perdido, que não sonhou, não desejou e só obteve à custa de um acaso infeliz
V. M. é muito novo. Não tem por ora entendimento que lhe permita ver; não tem vontade que lhe permita deliberar. É um instrumento de paixões que não renunciam e só se declararão vencidas pela violência e pela força.
Despeço-me de V. M. como homem e como rei. Como homem é possível que ainda venha a encontrá-lo. Como rei é esta a última vez – estou persuadido – que me dirijo a V. M., e não é minha culpa se a história e os homens decidirem que entre V. M. e eu, seu súbdito, não haja de futuro mais relações.»
O legitimismo tem ao seu serviço verdadeiras primaveras e está morto.
V. M. é uma primavera ao serviço do inverno liberal.
A decrépita monarquia só invoca a seu favor a mocidade de V. M. É pouco. É nada.
Que fazer? Nada!
V. M. foi malogrado pela história e não há esforço humano que o faça vingar, Se tivesse a idade e reflexão de Amadeu de Sabóia, cujo sangue lhe gira no entanto nas veias e é sem dúvida a sua porção generosa, V. M. renunciaria voluntariamente, como ele, a um trono de antemão perdido, que não sonhou, não desejou e só obteve à custa de um acaso infeliz
V. M. é muito novo. Não tem por ora entendimento que lhe permita ver; não tem vontade que lhe permita deliberar. É um instrumento de paixões que não renunciam e só se declararão vencidas pela violência e pela força.
Despeço-me de V. M. como homem e como rei. Como homem é possível que ainda venha a encontrá-lo. Como rei é esta a última vez – estou persuadido – que me dirijo a V. M., e não é minha culpa se a história e os homens decidirem que entre V. M. e eu, seu súbdito, não haja de futuro mais relações.»
A carta foi escrita a 10 de Dezembro de 1908.
