As "secretas" afinal nunca perderam de vista os tramagalenses e cuidando de "isolar" o operariado tramagalense do "convívio" com os demais municípes, nada melhor do que negar-lhes uma ponte...
Até que ponto, o zelo policial do Estado Novo foi capaz de escamotear essa questão da travessia, ao ponto de nunca deixar escapar desta sede uma única tentativa de projecto de intenções, como parece perceber-se pela omissão da biografia do criador das "asas de uma borboleta"...?!
Li com muita curiosidade a biografia do Comendador Duarte Ferreira, e lembro-me na altura de ter questionado a autora, a jornalista Patrícia Fonseca, irmã do jornalista, Mário Rui Fonseca, na tentativa de descobrir algumas das intenções do Comendador quanto a construir uma ponte do Tramagal para Rio de Moinhos.
De resto, tudo fazia acreditar que um homem com tão largos pergaminhos no domínio da contrução metalúrgica pudesse ter tido algumas ideias sobre uma ponte metálica.
Essa omissão do Comendador poderá ter muito a ver com as pressões do regime, que viram no "isolamento" dos metalúrgicos do Tramagal uma necessidade estratégica. Ora com uma ponte e um intercâmbio mais vivo entre as populações, o sossego do regime do Estado Novo poderia ser posto em causa.
Aqui está uma pista para se perceber como a ponte não era - nem continua a ser - uma prioridade local.
