Podia começar pela regulamentação inicial de 1995, onde se usou o "colete de forças" estrangulador do COS 0,3 [na prática impedir alguém de poder construir dentro do perímetro de edificação dos cascos históricos das povoações rurais, onde as dimensões de qualquer terreno só por milagre poderiam conceder 70 % do espaço para zona verde, restando apenas os 30 % para a implantação do edifício, o que não dava senão para implantar a garagem...].
Mas vou ilustrar com o dito "prolongamento da área" para actividades económicas numa sede de freguesia do Norte, que vem nos mapas da revisão em curso.
Em 1976, três jovens quiseram fugir ao desemprego anunciado na MDF, e pensaram em montar uma metalúrgica na sua própria terra. Podiam estar a caminho de repetir uma proeza um tanto ou quanto semelhante ao próprio Comendador Duarte Ferreira. Mais a mais, o tempo [ 1976] era o das "mais amplas liberdades"...!
Como todo e qualquer pequeno investidor [ ainda há pouco tempo, os heróis da Apple, da Microsoft e outras, para não irmos mais longe, iniciaram as suas promissoras carreiras, numa garagem algures na Califórnia...] sem recursos, só lhes restava obter um terreno de borla. Nestas terras a borla, só podia vir dos familiares. A propriedade dos avós serviu em cheio. A localização ainda não estava condicionada pelo mapa do PDM...
Isto é, se já houvesse PDM em 1976, nunca aqueles três jovens na altura teriam arrancado com o seu importante negócio para a sua vida e para a vivência da terra.
[ No caso de uma freguesia vizinha, também lá no Norte, um casal viu-se impedido de construir uma fabriqueta na terra e lá rumaram para os arredores de Lisboa. Pais, avós e netos estarão hoje entre os 270 habitantes que o Carvalhal perdeu desde 2001. Querem que lhes faça um desenho...?!]
Paradoxalmente, o Carvalhal viu criado um novo Centro Escolar em 2008...!!!
[ No caso de uma freguesia vizinha, também lá no Norte, um casal viu-se impedido de construir uma fabriqueta na terra e lá rumaram para os arredores de Lisboa. Pais, avós e netos estarão hoje entre os 270 habitantes que o Carvalhal perdeu desde 2001. Querem que lhes faça um desenho...?!]
Paradoxalmente, o Carvalhal viu criado um novo Centro Escolar em 2008...!!!
Hoje, qualquer outro jovem nessa ou noutra terra do concelho está impedido de crescer para a vida económica. Pode ter um avô proprietário, mas faltar-lhe-á sempre um terreno onde se possa fixar como actividade empresarial.
Porque os cérebros burocratas acharam por bem, que tinha que ser no lado poente das instalações fixadas livremente em 1976, o local exacto onde se podia crescer com actividades económicas.
Não cuidaram de saber se o dono ou os donos desses terrenos tinham a mínima vontade de os dispensar e por que preço. Essas coisas nunca passaram pela cabeça dos burocratas. A menos que a intenção pérfida fosse mesmo a de anular qualquer pretensão de desenvolvimento nessas bandas. E abrir mais o caminho para as famigeradas zonas industriais ao redor da cidade.
Portanto, o que se sabe é que ninguém mais estará hoje com vontade de ir conversar com os proprietários, que sabendo do "filão" que o PDM lhes concedeu, só estarão a pensar em especular no preço, não querendo abrir mão dessa prerrogativa.
Como alguém disse: "Neste país é tudo tão difícil, que tudo se perde."