Maria vai com as outras
Dizer que
uma pessoa é “Maria vai com as outras” significa dizer que ela é facilmente
influenciável e se deixa levar pela opinião de outras pessoas. A Maria da
expressão é Dona Maria I, rainha de Portugal no final do século XVIII. Ela é
conhecida tanto como “A Piedosa” - por sua devoção religiosa - como por “A
Louca” – por ter sofrido uma doença mental após a morte de um dos seus filhos.
Por causa de sua condição mental, D. Maria vivia reclusa e só saia acompanhada
de damas – as outras da expressão.
Um vereador da
Câmara de Abrantes, eleito pelo PSD usou esta mesma expressão, talvez sem
conhecer a verdadeira origem histórica da frase, querendo referir-se à
presidente da sua câmara municipal, - o que não foi nada delicado e polido da sua
parte - a propósito da autarca ter numa
fase inicial concordado com o Governo, em não dar tolerância de ponto aos
funcionários e no derradeiro momento, acabar por alinhar com as tomadas de
posição das “autarquias circundantes”, no sentido contrário: fechar os serviços
no dia de Carnaval.
Paradoxalmente, o
vereador tão apressado a apontar a incoerência à presidente esqueceu-se de um
pormenor deveras caricato, que arrasa por completo qualquer tentativa da sua
parte, de provar a coerência e a legitimidade ética da sua crítica. Com efeito,
sendo o vereador professor do secundário, esqueceu-se que ele mesmo, que não só teve
tolerância de ponto na terça-feira de Entrudo, como ainda gozou da ponte no dia
anterior ao dia de Carnaval, pois as escolas fecharam para férias.
Oh Sr. vereador, não sabe fazer contas?
Nem parece de economista. Então bem regalado com férias desde sexta-feira até quarta-feira de Cinzas e ainda ataca a sua presidenta de incoerente. Que soberba a sua!
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Diz-me com quem andas, e eu dir-te-ei quem és! |
Oh Sr. vereador, não sabe fazer contas?
Nem parece de economista. Então bem regalado com férias desde sexta-feira até quarta-feira de Cinzas e ainda ataca a sua presidenta de incoerente. Que soberba a sua!
Conclusão: ao
contrário do que fazia crer o vereador do PSD, opinando de que “estava tudo dito”,
afinal estava completamente errado. A sua apressada conclusão estava de todo incorrecta. Quem beneficia de dois dias não pode apontar o dedo para quem só teve um dia de tolerância.
Mais: suscita as maiores reservas em matéria de coerência.
Convenhamos: que entre o “ Maria vai com as outras” e o “dizer do roto ao nu, porque não te vestes tu”, que venha o diabo e escolha…!
Mais: suscita as maiores reservas em matéria de coerência.
Convenhamos: que entre o “ Maria vai com as outras” e o “dizer do roto ao nu, porque não te vestes tu”, que venha o diabo e escolha…!
Sr. vereador do
PSD, agora sim, é que ficou tudo dito!
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