Só às três centrais de gás natural vão mais de 60 milhões de euros em subsídios sob a designação de "garantia de potência": recebem mesmo quando estão paradas!
As três centrais a gás natural são duas da EDP ( Carregado e Figueira da Foz) e a terceira, a da Endesa no PEGO. Não aparecem dados publicados sobre quanto cabe a cada uma. Porém, tudo indica que a Central do Pego possa recebera um terço desses 60 milhões de euros anuais. Uma das tais "rendas" muito badaladas na imprensa e que deram origem à demissão do Secretário de Estado da Energia que não via essas rendas com bons olhos.
Hoje, numa entrevista ao " Expresso", o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira volta a deixar bem vincado que irá renegociar esses valores, que também acha um exagero. A mesma opinião desfavorável que o memorando da troika também já apontava.
No caso da Central do Pego é mais um exemplo caricato, de como a administração autárquica tem conduzido a situação, nitidamente, numa programação e numa negociação em cima dos joelhos.
Tudo começou em meados dos anos 1980, com a primeira Central do Pego. O Engº Bioucas até confessou há semanas atrás, que foi falado numa ponte açude no Tramagal, mas depressa foi esquecida essa promessa. Como ficou esquecida a retribuição de cerca de 10 milhões de euros, ( + de 2 milhões de contos na altura) devidos à autarquia, pela isenção concedida pelo Governo de Cavaco Silva, do imposto de SISA, que cabia na receita da Câmara Municipal de Abrantes!
Portanto, nem ponte no Tramagal, nem sisa.
Todos uns "anjinhos"! |
Há um ano começou a laborar a Central a Gás, com gestão da espanhola Endesa. E sabe-se que as duas outras centrais da EDP e esta da Endesa no Pego recebem mais de 60 milhões de euros como subsídio da chamada "garantia de potência".
Imaginando que são 20 milhões que a Endesa recebe pela parcela do Pego, a estupefacção não podia ser maior. Se levarmos em linha de conta de que o orçamento municipal para os 716 Km2 da área de todo o concelho de Abrantes somam cerca de 30 a 35 milhões de euros por ano, imediatamente ressalta à vista de todos nós essa exorbitância de 20 milhões da "renda" paga pelo Estado à Endesa.
No limite, o Estado cuida mais de "ajudar" a espanhola Endesa, do que contribui para um concelho com 40 mil habitantes e uma área igual ao espaço do território da Região Autónoma da Madeira.
E como as barragens da EDP também recebem milhões em subsídios, facilmente se poderá avaliar, o muito que temos andado a perder com as "rendas" que nunca o concelho recebeu da Barragem do Castelo de Bode e também Belver.
O que é que não se fazia de Belver - entre o Ribatejo, a Beira Baixa e Alto Alentejo a dois passos de ABRANTES - com uma "renda" de 20 milhões de euros ano?!
O que é que não se fazia de Belver - entre o Ribatejo, a Beira Baixa e Alto Alentejo a dois passos de ABRANTES - com uma "renda" de 20 milhões de euros ano?!