4.547 - A autarca municipal está preocupada com o corte na passagem dos peixes pela falsa escada do açude

Anotem bem o ar de preocupação da autarca municipal na inauguração do centro de interpretação do rio Tejo - mais uma escada, que não é para os peixes subirem como no açude, mas para os riodemoinhenses subirem e ficarem ali à espera que as águas subam, para então lançarem a cana ao rio e pescarem. Como tudo isso vai demorando, até tiveram a banda a tocar para os entreter...!

Anotem ainda duas coisas: a autarca está de olhos fechados e de costas para o rio. Nunca é tarde para ficarmos a saber, como hoje em dia se interpretam os rios e se resolvem as migrações das espécies, rio acima.

A autarca municipal prestou declarações à Lusa e disse-se, "atenta e preocupada". E podia ter dito outra coisa...?! 
Lá poder, podia, mas não convinha nada dizê-lo!
Se quisesse dizer a verdade, a autarca teria amaldiçoado a "grande oportunidade de negócios no Aquapolis", com 80 hectares de espelho de água por 20 milhões de euros, pois o que custou 10 milhões foi só o açude. O Mirante cometeu essa gafe: falando em 10 milhões de euros apenas, quando a coisa ficou nos 20 milhões fora os 2 milhões na parte do Rossio concluída em 2011.
A autarca devia ter desigado a coisa pela "pesada herança do Nelson, que com isso, bem lixou os abrantinos"!  
Eu sei quem desde 2001 vem atacando a borrada do açude. Quando até o Dr. Consciência elogiava a obra, de caminho até S. Miguel... Que gozo...!

Vejam então as preocupações da autarca: 

«Contactada pela Agência Lusa, a presidente da Câmara Municipal de Abrantes disse estar "atenta e preocupada" com a situação e anunciou o início de trabalhos de natureza técnica no açude insuflável.

"O açude está ‘desinsuflado’ por problemas detetados no enchimento de uma das paredes de borracha e uma equipa técnica vai começar a trabalhar nessa matéria, sendo que as suas atenções vão ser direccionadas no imediato para a escada passa-peixes, em busca de uma solução tão célere quanto possível", disse Maria do Céu Albuquerque.

"Tendo em conta a natureza da intervenção, as servidões administrativas e restrições de utilidade pública a que a mesma está sujeita, solicitámos às entidades com competência nesta matéria, nomeadamente ARHT e AFN, que acompanhem o início dos trabalhos no açude e se reúnam connosco para debater todas as questões a ele ligadas", disse a autarca, adiantando que ambas as entidades "confirmaram" a sua presença.»

Agora vejam bem, a qualidade da "informação" publicada no Mirante online, neste parágrafo "amaciador" ou "branqueador":

«Inaugurado em 2007 e representando um investimento de 10,5 milhões de euros, o açude, uma construção de engenharia hidráulica, permitiu criar um espelho de água com cerca de 80 hectares de superfície, numa lógica de revitalização e dinamização das margens ribeirinhas.»

Uns ingratos, estes abrantinos. Então uma dádiva daquelas e ainda se queixam do quê...?!


Não foram 10,5 milhões, mas exactamente 22 milhões de euros para as duas margens mais os 80 hectares de espelho de água. FORAM 275 mil euros cada hectare de espelho de água!


Por exemplo o "hectare" do Campo da Bola do Barro Vermelho foi cedido a um hoteleiro que ninguém mais viu por Abrantes por 12.500 euros!
Os 5 hectares à Mitsubshi foram por 27.500 euros!
Os 2,2 hectares da Encosta Norte à Clínica Ofélia foram por 25 mil euros!
Os 80 hectares ao Barão Vermelho uma pechincha, de 200 mil euros, porque esse era "amigo".

Mas a água - ainda por cima a fazer "espelho" - é outra coisa: 275 mil euros o hectare!