Assim Abrantes não "rexiste"...
Deixo aqui um texto do site municipal de Reguengos de Monsaraz, com algumas considerações interessantes. Não tivéssemos nós tantos "mestres-escolas" a meterem-se na vida municipal e este concelho não estava mais "infestado" de pinheiros e eucaliptos.
Vale a pena lerem:
« É por isso importante referir que o que é hoje uma região vitivinícola
consolidada e economicamente fundamental para o concelho de Reguengos de
Monsaraz tem a sua origem numa forte intervenção dirigida nesse sentido e que
nos permite falar do planeamento da vitivinicultura de Reguengos de
Monsaraz.
A partir da altura em que a sede do concelho se fixa definitivamente na
cidade de Reguengos, em 1851, o concelho passa a ser dirigido por representantes
da burguesia terratenente enriquecida após as transformações verificadas com a
Revolução Liberal.
Exemplo paradigmático desta situação foi Manuel Mendes Papança, nascido em Reguengos em 1818, que ocupou o cargo de Presidente da Câmara durante 20 anos, desde 1851 a 1871.
Para além da construção das principais infraestruturas e equipamentos da cidade (a Casa da Câmara, o Hospital, o cemitério, etc.), Manuel Papança formou uma comissão de importantes proprietários para proceder à compra de uma grande área de terrenos da Casa de Bragança em Reguengos.
O objectivo desta aquisição foi o de proceder à divisão destes terrenos em courelas, distribuídas pela população a preços baixos e com facilidades de pagamento, com a condição de nelas ser plantada vinha.
Esta intervenção, claramente planeada, deu origem ao plantio de cerca de 1 milhão de cepas. Em cinco anos desenvolveu-se prodigiosamente a produção vinícola em Reguengos, criando "supremos senhores da terra adquirida por muitos pobres que nunca pensaram vir a ser proprietários rurais" para citar a imprensa local quando se refere a esta nova importante iniciativa.
Este novo grupo de proprietários está na base da forte classe média que sempre caracterizou a cidade de Reguengos e que a faz distinguir-se muito claramente das outras vilas da região, onde historicamente o fosso entre os assalariados e os grandes proprietários era consideravelmente mais acentuado do que em Reguengos.
Em Reguengos de Monsaraz, até ao fim do século XIX, a vinha sempre esteve na mão do pequeno e médio proprietário.
Este pioneirismo no planeamento objectivo, clarividente, intencional da vitivinicultura em Reguengos teve continuidade ao longo do século XIX e no século XX.
O Dr. Joaquim Rojão, outro Reguenguense nascido em 1846, foi administrador do concelho, de 1870 a 1879, tendo sido um homem muito dinâmico e interessado pelos problemas agrícolas.
Ele próprio teve também uma actividade pioneira no que diz respeito à cultura da vinha e à própria produção de vinho em Reguengos.
Quando a filoxera atingiu as vinhas de Reguengos, em 1893, o Dr. Joaquim Rojão criou, ainda em 1893, a primeira Comissão de Vigilância anti filoxera e trabalhou afincadamente, enquanto parlamentar, na elaboração da legislação que permitisse criar os sindicatos agrícolas.
Logo que conseguiu o decreto autorizando a constituição de sindicatos agrícolas, em 1894, formou, em 1895, o Sindicato Agrícola de Reguengos, com 22 sócios, tendo o mesmo em 1932, exactamente 393 sócios.
Nos primeiros anos do século XX, os vinhos de Reguengos foram consolidando a sua fama no mercado.
Estes breves apontamentos, fruto do trabalho de investigação realizado para a história da vitivinicultura em Reguengos têm apenas o objectivo de levantar a questão da especificidade da cultura da vinha e da produção vinícola em Reguengos de Monsaraz.»
Exemplo paradigmático desta situação foi Manuel Mendes Papança, nascido em Reguengos em 1818, que ocupou o cargo de Presidente da Câmara durante 20 anos, desde 1851 a 1871.
Para além da construção das principais infraestruturas e equipamentos da cidade (a Casa da Câmara, o Hospital, o cemitério, etc.), Manuel Papança formou uma comissão de importantes proprietários para proceder à compra de uma grande área de terrenos da Casa de Bragança em Reguengos.
O objectivo desta aquisição foi o de proceder à divisão destes terrenos em courelas, distribuídas pela população a preços baixos e com facilidades de pagamento, com a condição de nelas ser plantada vinha.
Esta intervenção, claramente planeada, deu origem ao plantio de cerca de 1 milhão de cepas. Em cinco anos desenvolveu-se prodigiosamente a produção vinícola em Reguengos, criando "supremos senhores da terra adquirida por muitos pobres que nunca pensaram vir a ser proprietários rurais" para citar a imprensa local quando se refere a esta nova importante iniciativa.
Este novo grupo de proprietários está na base da forte classe média que sempre caracterizou a cidade de Reguengos e que a faz distinguir-se muito claramente das outras vilas da região, onde historicamente o fosso entre os assalariados e os grandes proprietários era consideravelmente mais acentuado do que em Reguengos.
Em Reguengos de Monsaraz, até ao fim do século XIX, a vinha sempre esteve na mão do pequeno e médio proprietário.
Este pioneirismo no planeamento objectivo, clarividente, intencional da vitivinicultura em Reguengos teve continuidade ao longo do século XIX e no século XX.
O Dr. Joaquim Rojão, outro Reguenguense nascido em 1846, foi administrador do concelho, de 1870 a 1879, tendo sido um homem muito dinâmico e interessado pelos problemas agrícolas.
Ele próprio teve também uma actividade pioneira no que diz respeito à cultura da vinha e à própria produção de vinho em Reguengos.
Quando a filoxera atingiu as vinhas de Reguengos, em 1893, o Dr. Joaquim Rojão criou, ainda em 1893, a primeira Comissão de Vigilância anti filoxera e trabalhou afincadamente, enquanto parlamentar, na elaboração da legislação que permitisse criar os sindicatos agrícolas.
Logo que conseguiu o decreto autorizando a constituição de sindicatos agrícolas, em 1894, formou, em 1895, o Sindicato Agrícola de Reguengos, com 22 sócios, tendo o mesmo em 1932, exactamente 393 sócios.
Nos primeiros anos do século XX, os vinhos de Reguengos foram consolidando a sua fama no mercado.
Estes breves apontamentos, fruto do trabalho de investigação realizado para a história da vitivinicultura em Reguengos têm apenas o objectivo de levantar a questão da especificidade da cultura da vinha e da produção vinícola em Reguengos de Monsaraz.»