O que um deles, em conjunto com outro vereador do PSD vieram dizer foi:
uma coisa e o seu contrário!
E uma comunidade municipal aceita e até elogia, uma coisa e o seu contrário. No limite, essa comunidade acaba por merecer ter esta gente a dizerem que faziam, que apoiavam e pugnavam, por aquilo que o candidato por eles apoiado nunca fez, nem parece capaz de fazer.
Uma comunidade municipal nestas situações, não pode chegar a parte alguma. Tenho pena de não conseguir ser hipócrita, generoso, cobarde e cínico para me juntar aos ditos senhores a assobiar para o lado.
Este texto dos vereadores do PSD são a confissão pública de que aquela foto supra foi um embuste. Será que os três apoiantes não viram isso?
Eu sabia isso. Como sabia que como abrantino que sou, que tinha o direito a poder candidatar-me. E sabia que se a democracia funcionasse nos termos da Constituição, tanto podia o filho de um carpinteiro [ no meu caso, em concreto] ganhar as eleições, como o filho de uma jurista, ou como a filha do fiscal das obras da câmara.
Como também sei, que o que os vereadores do PSD escreveram a seguir, não vai retirar-lhes um voto sequer. A capacidade de juízo crítico dos abrantinos morreu.
Este texto é dado como bom. Mesmo dizendo uma coisa e o seu contrário. Todos sabem isso. Mas ( quase ) todos irão assobiar para o lado e fingirem-se desentendidos. Têm sido essas as regras e as condutas dos eleitores.
Portanto não se queixem. Este texto podia ser subscrito por (quase) todos. Mesmo dizendo uma coisa e o seu contrário.
« PELA RACIONALIDADE DA
REFORMA DO MAPA JUDICIÁRIO
Declaração dos vereadores
eleitos pelo PSD
.
A racionalização do
sistema de justiça passa, necessariamente, por um novo mapa judiciário,
concentrando mais meios humanos e financeiros onde eles são necessários,
reestruturando serviços e encerrando estruturas ineficientes ou
supérfluas.
.
Esta é uma daquelas
evidências que não vale a pena discutir e contra a qual não vale a pena lutar,
tendo em conta a grave crise económica em que vivemos e a necessidade urgente de
cortar no supérfluo para não faltar no essencial.
.
Basta ter em conta que
Portugal tem 2,2 tribunais por cada 100.000 habitantes, quando a maioria dos
países europeus tem 1,3 tribunais por cada 100.000 habitantes, sendo a nossa
organização judiciária extremamente ineficiente e desprovida de racionalidade
económica.
.
Não é, por isso,
defensável, nem inteligente, a tomada de posição da Comunidade Intermunicipal do
Médio Tejo (CIMT) que decidiu, por unanimidade, manifestar o seu desacordo, sem
mais, com o encerramento previsto pelo governo de vários tribunais da região,
sem apresentar qualquer alternativa.(...)
E vejam bem este atrevimento dos vereadores do PSD, ao tomarem por parvos os abrantinos: eles também não disseram o que queriam ou iriam propor em alternativa. Limitaram-se a dizer uma coisa e o seu contrário!