Fui aluno do Prof. Jorge Miranda na Faculdade de Direito de Lisboa. Li, necessariamente muitos livros seus. E verifico que nesses textos, nunca excluiu termos estrangeiros ou os substituiu pela tradução em português, como os exemplos do "habeas corpus", " Bill of Rigths", " upon the return", "term", " orjer e terminer", etc, etc.
Portanto, a defesa que faz da língua portuguesa num texto recente não pode deixar de conter um leve sabor de incoerência, pela generalização que quis abarcar.
A designação do polo tecnológico" Tagus Valley", com o subtítulo em português logo por baixo, é uma aposta de marketing, perfeitamente aceitável e coerente, dado o momento do contexto em que o mesmo foi lançado. "Silicon Valley" é ainda uma referência de eleição na alta tecnologia internacional. O uso do termo " Tagus Valley", através da "internet" não deixa de ter maior actualidade referencial e maior projecção comercial. Nem sei mesmo como defender o investimento estrangeiro, sem o recurso e o uso destes termos de "marca universal".
Seria bom que os dois vereadores do PSD juntassem ao seu protesto contra o uso destes termos pelo executivo camarário, uma justificação a comprovar todos e quaisquer prejuízos económicos para os municípes ou o aumento do desemprego, pelo uso desses termos estrangeirados, por parte do executivo munivipal.
E já agora, porque demoraram tantos anos para o fazer.
Esta mina observação, não deixa de trazer a sua pertinência, por tudo quanto venho escrevendo nos últimos dias, nomeadamente quando questiono o "monopólio municipalista" pela captura dos senhores professores.
Parafraseando o conhecido slogan norte-americano, diria que "nem tudo o que é bom para os senhores professores é bom para o concelho de Abrantes"...
