A habitação em Portugal nas últimas décadas mobilizou muito capital, vindo do estrangeiro. Foram os bancos que montaram o "serviço" de concessão de crédito à construção e à habitação.
Desde o 25 de Abril, o custo dos terrenos para habitação aumentaram 400 vezes mais. Valor que obrigou a aumento do preço das habitações em 100 vezes mais, desde 1974, até ao virar do milénio.
Convinha aos bancos, esse crescimento exponencial. Mais facturavam por cada transacção, onde intervinham como credores hipotecários. Aumentando os preços dos terrenos, os construtores tinham que pagar mais aos urbanizadores por essa " matéria prima": os terrenos para construção.
Se tinham que pagar mais - nesse aumento crescente de 400 vezes mais, em três décadas (1974 a 2004 - menos dinheiro próprio lhes sobrava para pagarem a "fabricação" das suas empresas: a construção das habitações para venda.
Logo, os bancos obtinham novas oportunidades para maiores financiamentos à construção, por via de empréstimos.
Com todos essses custos e não só, os preços não paravam de crescer: estava instalada a especulação imobiliária.
A par dos preços especulativos criados, ainda subsistia um custo administrativo brutal: os licenciamentos demoravam uma dezena de anos ou mais.
A DGPU (Direcção Geral do Planeamento Urbano ) - do Estado Novo - acabou em cinco CCR, distribuídas pelas cinco regiões administrativas. Para o sector da habitação e construção não advieram benefícios daí. Quintuplicaram os burocratas!
Urbanizar um terreno, já dentro dos limites do PDM, obrigava a consultar 28 instituições da Administração Pública: dez anos de espera desgastante!
Imaginem um grupo investidor a pagar milhões por vasta área de terreno e a ter que esperar dez anos pelo início da revenda. Os juros do capital investido em dez anos iriam "obrigar" a um aumento de custos, de pelo menos 100 %, fora os lucros cessantes.
Os trabalhos de infra-estruturas, ruas, passeios, canalizações de água, esgotos, gás, electricidade, telefones e comunicações tinham que ficar prontos entre a pré aprovação e a aprovação da urbanização. Só então se podiam fazer aprovar os lotes, um a um e obter as respectivas licenças de construção, com processos administrativos medievais, pelo meio: criavam-se dificuldades para se "venderem" facilidades!
Tudo isto tinha custos!
Quem pagava esses custos?
Quem lucrava com tudo isso?
A resposta é óbvia...
Os compradores da sua habitação própria!
Os compradores tiveram que pagar um empréstimo hipotecário de 100 mil euros ou de 150 mil euros - dinheiro pedido ao estrangeiro pelos bancos, para depois o emprestarem aos compradores das habitações, com ganhos assinaláveis!!! - quando podiam ter pago menos de metade, se a especulação tivesse sido travada, pelo Estado.
Em vez de uma hipoteca de 100 mil a 150 mil euros, que ao fim de 30 anos estava no triplo, os compradores poderiam ter tido apenas a necessidade de contrair um empréstimo, que lhes ficasse em menos de metade. Hoje, esses empréstimos já teriam desaparecido quase por completo. A nossa dívida externa teria baixado, e muito.
E os portugueses poderiam respirar de alívio. De viverem mais felizes. Sem estarem acossados pelo credor bancário.
Os compradores tiveram que pagar um empréstimo hipotecário de 100 mil euros ou de 150 mil euros - dinheiro pedido ao estrangeiro pelos bancos, para depois o emprestarem aos compradores das habitações, com ganhos assinaláveis!!! - quando podiam ter pago menos de metade, se a especulação tivesse sido travada, pelo Estado.
Em vez de uma hipoteca de 100 mil a 150 mil euros, que ao fim de 30 anos estava no triplo, os compradores poderiam ter tido apenas a necessidade de contrair um empréstimo, que lhes ficasse em menos de metade. Hoje, esses empréstimos já teriam desaparecido quase por completo. A nossa dívida externa teria baixado, e muito.
E os portugueses poderiam respirar de alívio. De viverem mais felizes. Sem estarem acossados pelo credor bancário.
O terreno que aumentou 400 vezes mais e o andar que aumentou 100 vezes mais acabaram por crescer na factura paga pelos portugueses que compraram habitação.
E ainda havia o IMT, (a sisa) e logo a seguir o IMI.
Assim não dá!