Isso significava, que duas a três mil pessoas entre familiares e serviçais lá de casa, que dependiam do Orçamento Municipal.
Os restantes 30 M€ pagavam os serviços e equipamentos que a autarquia contratava junto de fornecedores, empreiteiros e tarefeiros, os quias dando trabalho directo e indirecto a mais quatro a cinco mil munícipes e respectivas famílias, asseguravam a metade dos votantes das eleições autárquicas municipais, a favor da lista de benfeitores da autarquia.
Um mimo, esta democracia, a que chamavam democracia de proximidade. E para a maioria ficar mais em aconchegada, lá vinham os presidentes de junta com os seus apaniguados, arregimentados aos balcões dos cafés, com bebidas pagas e um aviso dado em surdina, não fossem os fregueses esquecerem-se do que havia a fazer.
Claro que para aqueles e aquelas senhoras que não iam ao café, o aviso era outro, dado porta a porta, pelo postigo do quintal, lembrando que a senhora do posto médico ou a enfermeira do hospital, lá da terra, também precisava do voto dado aos mesmos de sempre, pois só assim, se podia garantir a consulta no dia aprazado ou internamento rápido no hospital...!
Um argumento infalível, em terras onde se morria por falta de cuidados médicos atempados.
E as " boas consciências" daquela pobre gente, em nada se alvoraçavam. Era a vida...
Os restantes 30 M€ pagavam os serviços e equipamentos que a autarquia contratava junto de fornecedores, empreiteiros e tarefeiros, os quias dando trabalho directo e indirecto a mais quatro a cinco mil munícipes e respectivas famílias, asseguravam a metade dos votantes das eleições autárquicas municipais, a favor da lista de benfeitores da autarquia.
Um mimo, esta democracia, a que chamavam democracia de proximidade. E para a maioria ficar mais em aconchegada, lá vinham os presidentes de junta com os seus apaniguados, arregimentados aos balcões dos cafés, com bebidas pagas e um aviso dado em surdina, não fossem os fregueses esquecerem-se do que havia a fazer.
Claro que para aqueles e aquelas senhoras que não iam ao café, o aviso era outro, dado porta a porta, pelo postigo do quintal, lembrando que a senhora do posto médico ou a enfermeira do hospital, lá da terra, também precisava do voto dado aos mesmos de sempre, pois só assim, se podia garantir a consulta no dia aprazado ou internamento rápido no hospital...!
Um argumento infalível, em terras onde se morria por falta de cuidados médicos atempados.
E as " boas consciências" daquela pobre gente, em nada se alvoraçavam. Era a vida...
Viva a democracia!
Viva o Poder Local de proximidade!
Que de tão próximo nunca mais escapava aos detentores do poder.
E era este poder local de "proximidade", que um dia se "afastou cinicamente" do seu freguês, resolvendo por maioria, ameaçar de penhora uma viúva sem casa própria, se esta não pagasse os 180€ dos transportes da ambulância, em resultado dos serviços prestados pelos bombeiros municpais, para umas quantas sessões de quimioterapia do marido, já doente em fase terminal.
Votei contra e acabei vencido nessa votação, em 2003.
Três votos contra de que me orgulho enquanto vereador: Intimar uma pobre viúva a pagar cento e tal euros pelo serviço da ambulância no transporte do marido em tratamentos ao hospital, nas semanas que antecederam a sua morte. Indeferir uma alteração de lojas num hipermercado, de um dos maiores investidores do pais, pela dimensão da largura de uma simples porta; e "doar" uns milhares de euros para um município geminado dos PALOP. Poder local - dito democrático! - para que te quero...?!
No caso da senhora idosa, sem filhos e a viver na casa "emprestada" por uma irmã a própria Acção Social Municipal e a Junta de Freguesia atestaram o estado de extrema pobreza da viúva. Nada demoveu os democratas e socialistas autarcas. A exigência do pagamento de 180 euros em 10 prestações, foi a cedência mas generosa que a sua "bondade" podia atingir.
Porém, logo a seguir, já puderam "conceder" uns milhares de euros para uma biblioteca algures num município geminado de Cabo Verde. Esta grosseria deixou-me perplexo.
Porém, logo a seguir, já puderam "conceder" uns milhares de euros para uma biblioteca algures num município geminado de Cabo Verde. Esta grosseria deixou-me perplexo.
Um dia a historia revelará em pormenor, todo o logro em que muitos pactuaram, com canalhice e soberba.