Companheiro Paulo Portas, todas as lideranças têm um fim.

ALDEIA de MATO e SOUTO com a sua "UNIÃO" tem o caminho aberto para serem a MAIOR e MAIS PROMISSORA FREGUESIA do CONCELHO de ABRANTES. Basta saber livrar-se uns "certos jumentos" da canga autárquica...

sábado, 17 de janeiro de 2015

5.183 - Nos tempos em que o Souto era a nossa Pátria...

Estávamos nos idos de Agosto de 1965. O Padre Miguel não quis fazer a Festa de Nª Srª do Tôjo, porque não aceitava os bailaricos, algo que no seu entender desvirtuava o conceito católico desses eventos.
 
Naquele ano, o terceiro domingo passou com música de um gira-discos do próprio Padre em alta voz, no cimo do coreto do adro. Mas ninguém dançava. E a pouco e pouco, com o tempo da saída de missa cada vez mais distante, o adro ia deixando ver a crua nudez do seu alcatrão.
 
Manuel António Pico, Adelino Branco, Manuel Amaro e mais uns dois soutenses,( penso que eram o Abel Ferreira e o falecido Américo Simão)  abeiraram-se da porta da taberna do meu avô e falaram com o meu pai José Pico e o meu tio Augusto Ferreira e o meu avô.  
Era preciso arranjar e nomear uma Comissão de festeiros para o ano seguinte, e assim restituir ao Souto as suas festas tradicionais de Agosto.
E lá entraram os seus nomes para a lista de festeiros.
 
Dois meses depois, já em Lisboa, lá estava eu a acompanhar o meu pai, naquele segundo andar da Rua das Pretas para falarmos com a equipa do Sena Pinheiro, um agente artístico da moda ao tempo e encomendarmos uns conjuntos e uns artistas de variedades. Foi esta comissão que inovou o repertório festivo, com os primeiros artistas e cançonetistas de variedades.
Estava nesse primeiro elenco uma menina muito bonita, a Rosita Afonso ( hoje a conhecida Rosa do Canto, das telenovelas, no papel da empresária das ostras, no "Mar Salgado" que vai passando na SIC) e que não descansei, enquanto não lhe pedi uma foto autografada, atrás dos coretos de madeira, junto aos freixos e aos muros da Igreja.
 
O que é que estas festas têm a ver com a Sociedade Recreativa do Souto?
 
Tudo. Foi assim que tudo nasceu. Arranjar dinheiro para construir uma casa de baile.
Bailes no resto do ano para a juventude, que lá ocorria de quinze em quinze dias ou pelo menos, pelos Santos, pelo Natal, pela passagem e ano, pelo Carnaval, pela Páscoa, pela Pascoela, pelos Santos Populares, e em Agosto.
 
Na Casa do Povo, a direcção que sucedeu à equipa onde estava o meu avô Martinho Baptista deixou de "emprestar" a sala da sua sede, na Rua da Videira ( hoje Rua Professora Florinda Sabino).
Os lucros das festas tinham finalmente, um destino declarado e comprovado com a obra que se seguiu.
 
 A ideia de Sociedade Recreativa do Souto já vinha, salvo erro, de 1958 ou 1959, lançada pelo grupo e jovens voluntários da Força Aérea, Joaquim Marques, Manuel Amaro, Carlos Amaro, Silvino Traquina, João Rosa(Grande) e outros dessa idade, como João Pimenta Batista, Flamino André, Arlindo (Cachana), Manuel Pires, António Pires, Florêncio Pacheco, Abel Ferreira e outros. 
O nome dessa colectividade era deles. Simplesmente, a vida militar e a guerra no Ultramar fez cair a iniciativa. Mas ainda houve cartões de sócios e emblemas passados.
 
Oficialmente, a Sociedade Recreativa só viria a recolher personalidade jurídica, após a escritura de constituição lavrada em 29/10/1969 pelo 8º Cartório Notarial de Lisboa , na Rua da Horta Seca, ao Chiado, onde compareceram os primeiros quatro sócios, como outorgantes dessa escritura, a saber: Adelino Branco, José António Pico, Manuel António Pisco e Manuel Lopes Amaro.
 
Daí a data da Fundação ser essa e não outra anterior.
 
 Eu estive lá no Notário, mas como  não obtivera a tempo a declaração de emancipado pleno, já não pude intervir como outorgante, porque continuava menor de idade. A maioridade só se atingia naqueles tempos aos 21 anos. Eu tinha apenas 18 anos, e como tal só depois dos formalismos da emancipação, que foi passada pelo meu pai, e viria dias depois, a tempo de já poder ser o primeiro presidente da Mesa da Assembleia Geral da Sociedade Recreativa.
 
Sou hoje, o sócio nº 14, e com numeração anterior à minha, só restam entre os vivos, Adelino Banco, ( sócio nº. 1), Manuel Pisco ( socio nº 3) , Carlos Amaro, Augusto Ferreira, Manuel Pinto e Abel Ferreira, se a memória não me falha. O sócio nº 15 é o Albino Pisco, que também acabou por receber uma foto autografada da Rosita Afonso e comigo fez quatro anos a orientação da quermesse nas festas de 1966,67, 68 e 69.
 
 
 

BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT

INICIADO em 27.10.2007

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...

Nos idos de 1970 torneios sem subsídios mas muito amor e suor...
Equipa de futebol do Souto, c/ João Pico a capitão da equipa ( 2º em cima à esqª.)

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...

É esta a obra que Sócrates inaugurou e depois mandou "AFUNDAR"...
Paulo Portas e João Pico vendo o Parque Ribeirinho...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...

O Urbanizador foi mesmo a Câmara, acreditem!...
Alta tensão sobre Urbanização Municipal nas Arreciadas

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes

Fados no Rossio ao do Sul do Tejo, ontem no Jantar dos Lyon`s de Abrantes
Nuno Pico acompanhado à guitarra por Alfredo Gomes e na viola José Mário Moura

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!

CIDAS, em 1975,a água de REGA no SOUTO  - 10 anos antes da água dos SMAS! FUI um dos FUNDADORES!
E desafiei o então presidente, Engº José Bioucas a ir à albufeira do Castelo de Bode connosco buscar água para a freguesia e para ABRANTES. Só que o Engº riu-se... E só em 2001 é que lá foram à albufeira... Tive razão antes do tempo...

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes

Nascido e baptizado no Souto, comigo não há dúvidas de que sou do Souto de Abrantes
Retábulo da Matriz do Souto onde João Pico foi baptizado

Arquivo do blogue