Será que os leitores ( muitos até pagaram o livro) não merecem uma explicação sobre a ausência de menção aos nomes de três filhos do trisavô ?
A menos que a iliteracia do autor sirva de desculpa, para nem saber da aritmética, que seis é menos do que nove.
Aceito que a referência mais elogiosa a uns do que a outros, ainda caiba no livro, pese toda a quebra de isenção e equidade no tratamento dos personagens, como de resto deve ser, o apanágio de qualquer autor de obra com repertório histórico e merecedor de crédito.
Sobre isso, havia muito a contestar.
As lacunas sobre vários episódios da vida do trisavô JOÃO RODRIGUES BAPTISTA são bem demonstrativos da pobreza da pesquisa, aspecto que já havia denunciado na anterior obra do mesmo autor sobre a alegada "História" do Povo do Souto.
A vida de João Rodrigues Baptista entre secretário e vice-presidente da Junta de Freguesia, a razão do desgosto que o levaria a uma morte prematura, o sórdido cortejo fúnebre com os algozes da populaça a perturbarem cruelmente o último adeus do finado - episódio repetidamente descrito pelo meu avô Martinho Rodrigues Baptista ( neto de João Rodrigues Baptista e filho de Francisco Rodrigues Baptista) , em conversas que fui registando desde os anos 1960 até 1994, ano em que viria a falecer, são uma garantia da veracidade dessa narrativa.
Mais tarde, já em 2002 e anos seguintes, como leitor da Biblioteca e consultor autorizado dos Arquivos da Torre do Tombo, a propósito das origens Templárias da Capela da Nª Srª do Tôjo, - pormenor que o autor no livro anterior sobre a "História do Souto" refere, omitindo o meu nome, apenas referenciando o nome do meu contestatário ( Prof. Candeias da Silva) e omitindo neste dizer comprometedor e mesquinho do autor, mais ou menos assim, de que" há quem defenda a origem Templária daquela capela, mas o Prof Candeias da Silva tem opinião diferente".
A opinião diferente levantou muita celeuma na altura ( 2002) no Jornal de Abrantes em artigos sucessivos, onde contrapunha factos e argumentos bastante plausíveis, sobre a matéria e a contestação do Prof. Candeias da Silva se revelou bastante fraca e demasiado arrogante e sobranceira.
Outras lacunas surgem quanto ao primeiro e ao segundo filhos do trisavô, aludindo só ao terceiro filho, sem esclarecer devidamente os leitores, de que pai e filho tiveram o mesmo nome de João Rodrigues Baptista, aspecto que deixa os leitores bastante confusos.
A alusão à "amizade" da filha de Manuel Rodrigues Baptista ( um maçónico e funcionário público na área dos serviços administrativos e das finanças), no caso a professora Alice Baptista, para com a família Baptista é mera expressão do autor, que está muito longe de ser verdadeira.
A professora Alice Baptista apenas se mostrou atenciosa para com o autor e irmãs, talvez pela sua de órfãos, não mantendo relações com outros familiares e tendo até grande divergências pessoais quanto a heranças com outros membros da família, nomeadamente com o primo José Rodrigues Baptista, armador pesqueiro que generosamente fazia chegar a S. Bento e ao Dr. Salazar bom peixe. Conheci o primo José Baptista pessoalmente, ainda era criança.
E naturalmente, ainda guardo na memória essa figura de pessoa muito magra, fumador inveterado acompanhado da sua esposa , uma mulher bonita, alta, forte e muito bem vestida.
Outra lacuna é a da carreira profissional de António Rodrigues Baptista, que do " Tonho do sacristão" como foi identificado pelo meu primo Américo Pimenta Ganhão, que era seu vizinho no Fundo de Aldeia embora muito mais novo. Essa alusão ao sacristão referenciava a condição do avô do António, no caso, o sacristão Militão dos Santos Baptista, meu tetra-avô e pai de João Rodrigues Baptista.
Estes dados foram por mim confirmados nos Livros Paroquiais, que remontam a 1625.
Foi deles que recolhi a existência do Ermitão da Senhora do Tôjo, ( faleceu em 1629) o monge carmelita, Frei Pedro.