A Casa de Lurdes Pintassilgo em Abrantes

Fica mesmo nas traseiras do Salão Nobre da Câmara de Abrantes, onde está afixada uma placa prestes a cair com a respectiva fachada. Dos 20 milhões do Açude Insuflável nada sobrou do betão ou do decoro.
E por falar no decoro, lembro a preocupação do vereador PSD na Sessão de Câmara de 9/10/07 a perguntar se a CMA tem conhecimento a quem pertence o prédio em avançado estado de degradação.
Pasme-se o descuido do presidente, a encaminhar o assunto para a vereadora da Cultura, no sentido desta, fazer uma abordagem junto de familiares para obter mais informações.
Por acaso, já foi extinto o Serviço de Arquitectura da Zona do Centro Histórico Abrantino, onde está a Câmara instalada e uma arquitecta há muitos anos nessa chefia?
O facto dessa arquitecta ser a esposa do dito vereador do PSD, não ajudou nada. Nem mesmo quando a arquitecta em causa passou ( subiu), agora para Chefe do Departamento de Urbanismo.
Um Munícipio Digital, quando se trata de actuar no terreno, nada enxerga para o seu próprio quintal. Quanto a registos dos prédios do Centro Histórico, pelos vistos, nem a pequena habitação onde nasceu e viveu algum tempo, a única Mulher primeiro ministro de Portugal, ainda por cima, a dois passos da Câmara, mantém a ficha actualizada.
Da fachada - ao menos da fachada - nem sequer cuidaram de assegurar a fixação da própria placa de homenagem, prestes a ir na derrocada.
E como o Governo já não penaliza o munícipio com o corte de 10 % pelo endividamento excessivo, será caso que não sobra mesmo nada para salvar a fachada?!
Mandem lá o vereador do Desporto, que me parece o elemento com mais poder de iniciativa. Foi a calar a boca à Directora Clínica do Hospital, durante a visita de Sócrates a Abrantes, foi à "Fulana Juiz da Federação", foi no Aquapolis, quando viu os atletas a fugirem da chuva para debaixo do único alpendre à mão e ele muito enérgico a expulsá-los, porque como disse depois mais calmo a um jornal local,( como se pode verificar pela expressão usada nessa mesma entrevista), " não admite que mandem em Abrantes uns palermas quaisquer"!
O mando, a quem amanda destas bocas: "cale a boca sua parvalhona!"