Esta descoberta levanta uma cascata de questões pertinentes, a saber:
- O "fundamentalismo" dos chamados "amigos" dos Centros Históricos estão muito longe das realidades históricas;
- Olham mais a àrvore e esquecem a floresta;
- Na soberba de nunca abrirem mão de certos desbloqueios de acessibilidades acabam por não abrirem caminho a novas descobertas no subsolo desses centros históricos;
- A preocupação é manter "intocáveis" todas, mas mesmo todas as fachadas, o que acaba por revelar-se contraproducente;
- Um ou outro prédio demolido ( quando não fossem de assinalável valia arquitectónica, nem classificados), poderia criar outras valias urbanisticas, melhores acessibilidades, maior animação e dar azo a descobertas interessantes no subsolo, como a que sucedeu com esta abertura de vala para o saneamento, na Rua Grande;
- Como se não soubéssemos que muitos dos prédios antigos, assentam sobre outras ruínas ou sobre entulhos de demolições de construções anteriores, geralmente, muito mais valiosas do que as vulgares fachadas, a que queremos, à viva força, considerar com valia histórica;
- Duas ou três construções nessa rua poderiam ter sido demolidas e criado um impasse trabalhado em redor de alguns desses silos, na impossibilidade de abarcar todos;
- Centro Comercial ao Ar Livre, afinal tem muita coisa para andar para a frente. Pena que ainda não tenha havido ninguém com saber, a mexer e a olhar com profundidade para o Centro Histórico de Abrantes. Não haverá um arquitecto/a para tomar conta do Centro Histórico, sem a soberba das fachadas intocáveis e os caixilhos muito iguais, sempre a branco e as portadas a verde, como se o genuíno e os antigos só conhecessem essas duas cores?!
- A soberba sempre foi má conselheira. E quem fala destes silos, pode falar de outras preciosidades que nunca mais iremos desvendar e retirar proveito.
- Que pena dá, ver o largo dos Quinchosos logo abaixo, onde poderia terminar um acesso rodoviário interessante e rápido, a subir desde a Avenida Sá Carneiro e Largo do Hospital a deixar visitantes no coração do Centro Histórico, mesmo por baixo do Castelo. Está lá uma escola, que é um perigo para as crianças. Pelo menos, se rebolar um vaso do jardim do Castelo rumo ao recreio, situado no fundo sombrio dessa vertente.
- Tudo como dantes...