Palha de Abrantes é um blogue de Abrantes, cujo fundo negro deixa sempre antever trevas, cegueira ou escuridão. Fala em monossílabos gaguejantes, mas que me divertem, tenho que o reconhecer. E eu sou incapaz de negar humor, mesmo quando é negro. Também não sou racista e na minha vida já convivi o suficiente para verificar que em matéria de racismo, a reciprocidade é uma verdade que circula em todos os sentidos.
Deixou de me considerar o "homem das hortas".
Agradeço-lhe a tomada em consideração.Há seis anos fui convidado para a lista do PSD, para nº. Quatro porque era a pessoa indicada para afrontar as "obras mal desenhadas e pior executadas pelo PS local". Observei com muita humildade, se nos três primeiros - um jovem gestor era o líder, e o líder não tinha contestação ( nem sequer me passou tal coisa pela cabeça afianço-vos), outro jovem era professor de ginástica ( professor era o que estava a dar, pois até a CDU elegeria uma vereadora, e então de de ginática era tiro e queda... ), a nº três era uma psicóloga para contrapôr à Srª do PS ( se estão lembrados, num debate temático sobre cultura, quem apareceu toda a noite a monopolizar a cultura foi outro vulto da Cultura, que a tem é verdade, mas de política não percebe mesmo nada, nem vai nunca perceber, tanto que até deixou o João Moura responder à Carta ardilosa do Moita Flores), o 5º era engenheiro. Hélas!
Mas engenheiro mecânico, o que me deixou perplexo e ironizei finamente. O líder percebeu fez queixinhas ao homem culto e aquela veia culta no dia seguinte voltou-se para mim logo no começo do jantar e com supina sapiência, observou, como que a querer dizer para consigo mesmo, "o gajo lá do meio dos pinheiros até não é trouxa de todo" e já a falar para ser ouvido por mim disse: "pensei no que disse ao líder e o seu lugar na lista é o nº. Três... Nem mais!
Para quem vinha a chegar do meio do "pinhal", vá lá, já não era nada mau...
Isto, sem eu ainda ter feito nenhum projecto, já saí das hortas. À cautela, não fosse para aí descobrir mais nabos. Uma Sardinha de água doce, também já lhe quis fugir o pé para a chinela. Mas, não há-de ser nada, usando essa expressão sábia, que o povo tanto adora dizer.
O Palha de Abrantes tocou num número de sorte, no meu conceito de prudente superstição.
Só que a sua arrogância aliada a alguma ignorância - permita-me estas expressões muito directas - atraicoaram-no. Com efeito, nunca podia ter estado na reunião de Câmara do dia 13, porque não sou vereador e os dois vereadores ditos da oposiç´~ao, se não estiveram, foi por não terem alternativa à unanimidade. E logo, naquela reunião, a "unanimidade" era muito perigosa...
Mas podia ter o Palha de Abrantes dito logo o que queria. Era dizer quem foi constituído Arguido?
Por aí, vou mais devagar. E como andei por lá dois ou três anos a estorvar os outros em Direito, ainda sei a diferença entre arguido e culpado!
Lá porque em moço sabia dar uns toques na bola, (chutava já com os dois pés, o que naqueles tempos era uma raridade), não quer dizer que goste de ir à bola com todos. Habitualmente vou a Alvalade com um dos meus filhos, pois este ano comprei duas "boxes"...
Mas, mais nada!
Quanto à mudança de clube, fui sempre do Sporting, desde que me conheço... Joguei é certo, râguebi no Benfica, mas no velho estádio das bancadas de madeira, que ficava precisamente nos anexos do Estádio de Alvalade. O que mostra um aspecto interessante. Mais do que a cor, o que me faz vibrar é a geografia do lugar.
Transportando as coisas para a nossa terra, se eu até sei chutar com os dois pés e era o defesa esquerdo com propensão atacante ou o médio ala nº 10 - capitão da equipa e jogador trenador ( porque quem tem espírito de líderança salta logo para a frente, para mais quando ao nosso lado estão os indecisos e os apagados...), com grande sentido de finalizador e goleador, porque raio hei-de eu sentar-me no banco dos suplentes, quando está em jogo a nossa terra?!
E, há medida que os anos vão passando ( estávamos a falar de 2001/ 2002), também vou ficando mais exigente com os parceiros. E se não os achar de jeito, não jogo!
Chamem outro!
Já estou como o Scolari, então vê-se para aí cada asneirada grosseira e eu que nunca meti despesas de deslocação de Lisboa, nem veio o carro de nenhum ministério com motorista e tudo até Abrantes por minha conta, não recebi senão duas dúzias de senhas de presença, estudava os dossiers à sexta-feira, passava o fim de semana a ir ver os locais das obras e voltava a ler os dossiers à segunda-feira de manhã, para depois poder votar contra com inteira razão, nas sessões da segunda à tarde, então eu é que sou o "burro"?!
Como se a preocupação em ser útil é que pudesse ser lesiva do interesse municipal?!
Bolas, essa já não convence ninguém!
Eu trabalhei de borla, de borla. Mesmo que algumas vezes tivesse errado - e não é seguro que isso seja verdade ou tenha ocorrido - ainda assim, nada custou ao município. Nunca fiz projectos para deitar para o lixo!
E depois, olhem lá para a invasão do Junot e das passagens do Maneta por cá!
Para correr com os 200 franceses, teve que vir gente de fora... Comandados por padre feito capitão de Cavalaria.
Pois é, muito engraçado mesmo, o Papa até parecia ter lido a história do José Acúrsio das Neves, quando se dirigiu aos nossos Bispos...
Ele há cada coincidência!...