Este empréstimo expelha bem a facilidade da retórica política em contornar a verdade ou seja em escapar no meio da manipulação e da mentira.
« O que aí vem... - dito por Mário Soares, não podia vir mais a propósito!
Vejamos:
- Empréstimo é sempre contrair mais dívida: um aumento da dívida, portanto;
- Ao contrário do que diz o Prof. Vital Moreira, não se trata de uma troca de credores, pela simples razão que no dia da assinatura do contrato de empréstimo, não irão estar os antigos credores da CML para automaticamene, receberem os seus créditos e concederem a respectiva quitação; e com o dinheiro na conta, a CML pagará ou não e a quem muito bem quiser;
- Isto tudo, para explicar que a "engenharia financeira" é capaz das coisas mais inacreditáveis, inclusivé, de permitir a António Costa fazer triplicar a dívida.
Explicando melhor:
- Todos os fornecedores da CML que existem neste momento, têm muito mais do que 400 milhões de euros por receber ( aliás, no momento em qiue estou a escrever, já terão chegado à CML não sei quantos mais milhares de euros de factras e outras virão chegar no correio da próxima semana;
- Mas, a Câmara poderá escolher meia dúzia de credores, entre esses fornecedores, a quem lhes deve uns 400 milhões e negociar com eles nova "tranche" de fornecimentos (escolas, creches, lares da 3ª idade, computadores, etc, etc...), tudo no valor imagine-se de 800 milhões a pagar "à la longue";
- Contratos são contratos e não há fornecedor nenhum que tenha o atrevimento de decidir não fornecer mais nada à poderosa CML, ainda por cima chefiada pelo ex- nº 2 do Governo e sabe-se desde que um conhecido político disse "que o que dava mais era já ter sido ministro", como estas coisas todas juntas pesam...
- Resumindo à conta deste empréstimo de 400 milhões está encontrada a fórmula mágica de se poderem contraír não apenas mais 400, como mais 800 ou mais 1.200 milhões de fornecimentos, jogando esses 400 do empréstimo como sinal e princípio de pagamento ddos próximos 800 milhões da futura dívida, porque em boa verdade, nunca mais ninguém vai saber se esses 400 milhões foram mesmo direitinhos para o fornecedor do pão, das bebidas e das comidas dos refeitórios camarários, do toner das fotocopiadoras ou do papel higiénico ( que faltou no tempo do Carmona, lembram-se?!, e poraí adiante.
Eh pá, mas isto é básico, já vinha no "Decameron", do Boccacio, quando aquele jovem mercador que devia umas massas ao cínico e usurário banqueiro, descobriu que a jovem e bonita esposa do banqueiro, ainda era mais doida por moedas de oiro do que o marido. Então, como não tinha outro remédio senão pagar, juntou o útil ao agradável e cobrou a sua "comidela". O jovem mercador só teve que esperar que o banqueiro saísse de casa para fazer a sedução à esposa, que ao ver uma bolsa carregada de moedas não se fez mais rogada... À despedida, o mercador lembrou a esposa que aquele era o dinheiro da dívida e que de caminho, iria dizer ao banqueiro que já o deixara à sua jovem e bonita esposa, o que até mereceria o agradecimento do banqueiro, porque assim não corria o risco de ser assaltado na rua. Quando muito, corria era o risco de ser "assaltado" na sua própria casa...
Já viram ao que chegámos?!
Depois não admira que a nossa produtividade ande tão por baixo. Com explicações destes professores, onde está a admiração?! A merda do ensino não ensina nada aos nossos jovens, por isso eles só vêem uma saída, que é serem modelos, artistas e jogadores de futebol... E curtir!
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Antº. Costa " esticou " demasiado a corda resumindo todo o problema à limpeza da floresta. Mas a que vai ser feita pelos privados. Pura falácia. O Estado, ainda tem muito mais a fazer. Faltam condições de dignidade social e económica aos rurais. Sobra muita floresta onde escasseia árvores de fruta, vinha e criação de gado. Uma vida equilibrada, rica e variada. Marcelo não escondeu quanto o segundo relatório aprofundou em relação ao anterior. Ainda havia (e há!) coisas por saber.
sexta-feira, 7 de dezembro de 2007
BLOGUE PICO do ZÊZERE ABT
INICIADO em 27.10.2007