Os votos de 10 freguesias ( as rurais) não contaram praticamente para nada. Foram migalhas. E migalhas ficaram.
O PS obteve 6.424 votos nas 9 principais freguesias, o que já lhe dava a vitória na câmara, faltando-lhe os votos das restantes dez para a confirmação do 4º mandato.
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O PSD obteve nessas mesmas 9 freguesias 3.700 votos, o que os deixou a cerca de 700 votos do segundo vereador. Setenta votos em cada uma lhes bastava. E nem precisam de fazer mais nada nessas freguesias para manterem esse "scoore" nos próximos actos eleitorais. A "fidelidade" do chamado voto tribal permite tudo isso e muito mais. Mesmo perdendo duas dessas freguesias, os candidatos perdedores sempre "arrigimentaram" mais do que esses 70 votos na média. Logo, aquela arrogante propaganda do PSD, de que levava 19 candidatos às juntas, mais não serviu do que garantir a eleição do segundo vereador. Outra situação, que não evoluiu nada nestes 33 anos, mantendo a maioria das freguesias como " burros de carga" dos votos para dar ao desbarato, a um qualquer "profissional aparelhista" do "Cabeço".
Aqui, a maioria recolhida pelo PSD no Souto, não deixa de suscitar as maiores reservas. Eu sou suspeito em o sublinhar, nesta hora. Mas não tardará que se perceba como a omissa junta de 2005 do Souto, reeleita em 2009, irá prosseguir com novo mandato, comandados à distância ao sabor dos interesses da carreira profissional do jovem eleito, com a porta da junta aberta duas horas em cada sábado, quando não seja feriado nacional ou não haja um casamento dos familiares ou de amigos.
Talvez o exemplo de Manuel Aivado nas Fontes ou a versão última ocorrida na Aldeia de Mato, acabem por ditar novas regras. O mesmo se diga com Rio de Moinhos.
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O ICA obteve nessas mesmas 9 principais freguesias, votos em excesso para o seu único eleito para a Câmara: 3.263 votos. Mil votos acabaram desperdiçados, por estes "independentes", o que muito facilitou o PS. A eleição do único vereador do ICA, só precisava de 2.270 votos para eleger o "seu" vereador, que por sinal continua militante do PS e nunca se sabe como irá acabar o "negócio"...
O quarto vereador PS foi eleito com 2.269 votos.
Isto quer dizer, que mais de metade das freguesias correram atrás do prejuízo ou ao sabor de interesses inconfessados de terceiros...
O que ganharam essas freguesias com os "Independentes" é coisa que só mais para a frente iremos perceber... Como iremosperceber, que apesar de todos os defeitos, os partidos ainda respeitam determinadas matrizes. Porém, ninguém se quis convencer disso, antes das eleições. Só sabiam dizer que os "Independentes" ajudavam o PSD e o CDS a dividir o PS... Os 1.400 votos que baixaram no PSD, lá estão nos 3.800 do ICA. Resta saber se os 2.000 votos perdidos pelo PS precisavam do ICA para mudar de agulha...
Os fregueses ficaram reféns da "minoria": as tais 9 freguesias urbanas ou de proximidade e conotação com as freguesias urbanas.
Se a falta de coesão municipal já era má, pior ficou.
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Um factor "desestabilizador" contribuiu - de forma extremamente negativa como se provou - para acentuar ainda mais essa desigualdade: a candidatura dos "independentes"!
E quando o mentor desses "independentes" veio na noite das eleições dizer que os 3.800 votos recolhidos, também foram votos no PS, do qual ainda continuava militante, a coisa ficou preta.
Aos 2600 proponentes - aprendizes de feiticeiro da política local, que caíram no maior "conto do vigário" dos últimos 33 anos - "arriscando" sofrer represálias futuras do próximo poder executivo socialista, contra o qual se "revoltaram" ao darem o seu nome - que ficou registado no Tribunal para poder ser confirmado a todo o momento, e que a esta hora já poderá constar no "index" municipal - só restava a revolta de quem se achou atraiçoado ainda nessa noite do rescaldo eleitoral.
Será que ganhámos 2.600 desalinhados com o poder PS em actos futuros ou a "máquina" - o tractor de que falava o candidato do PSD - depressa os irá recolher de volta ao rebanho?!
Mas quanto a isso, o tempo o dirá.
Depois falamos.