
Tramagal se quiser crescer, terá que vir espreitar o sol, para a ponte do IC 9...
Teremos mais empreitadas para novas escolas, creches e lares e o entreter dos professores e os media, com a nova CARTA ESCOLAR, enquanto o Ti Pedro e o Sr. Cabaço esperam os novos clientes para os petiscos.
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Política autárquica, à falta de melhor, resume-se a isto.
Política e seriedade é outra coisa. Coisa que não passa por dizer que os cidadãos ou municípes gostam e votam mais nos Valentinos!
Primeiro, muito mais de metade dos cidadãos não vota. São 40 % de eleitores inscritos no concelho, que se abstêm de votar; e há uma infinidade de cidadãos, que por uma ou outra razão burocrática, não constam nos cadernos eleitorais do município a que dedicam a sua relação de cidadania ou de interesses patrimoniais; essa seriedade da política, também passava por dar voz a quem é dono de pinhais, hortas, prédios e outros bens patrimoniais que pagam impostos locais, sem que alguém lhes reconheça à falta do direito a voto, ao menos outra "compensação de cidadania interventiva".
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Segundo, misturar as eleições dos escolhidos e nomeados dos partidos para as juntas de freguesia, fazê-los "angariadores de votos para o partido que primeiro os escolheu" - pois não há outra justificação séria e racional nesse seguidismo - diante de eleições de candidatos às câmaras, que se queriam de ponderada, sincera e livre escolha, só pode gerar o descrédito geral do modelo.
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Terceiro, juntar nessas outras duas eleições, a eleição para aqueles deputados municipais que têm por obrigação constituírem-se nos fiscais do executivo camarário, - ou se quiserem outro termo mais em moda, os deputados da entidade reguladora da vida municipal, - então não estamos a falar de seriedade, de política digna de apresentar a honrados cidadãos; quando muito, estamos a confundir tudo numa tremenda caldeirada de promiscuidade política, onde o faz de conta e o descrédito andam de mãos dadas com a perfídia.
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POLÍTICA COM SERIEDADE
Alguma oposição, continua reduzida a actos de consumo interno. Juntar dez ou vinte nomes, não chegam. Há trinta e tal anos que se teima no mesmo, para fingir que a cidadania existe. E em cima das eleições, anulam-se as escolhas dentro dos partidos, sempre à espera da última coligação combinada na tertúlia da noite anterior, depois de soprada pelo chá das cinco numa qualquer pastelaria. Leva-se essa conversa de comensais bem bebidos, a um escritório de advogados e lá sai uma eventual "coligação" certificada. Política com seriedade, será isto?!
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Todavia, esses comensais esqueceram-se, que quando em mais de metade das freguesias, a junta e o posto médico mantêm os fregueses reféns para o que resta da sua vida, fora da passagem ruidosa em buzinões, do carro do homem do pão, do veículo do merceeiro e do peixeiro ambulantes, não há democracia e progresso que entrem.
Para esses fregueses, a cidadania é cair em graça, junto do autarca, a quem se pode sempre pedir o impossível, na esperança de sempre sobrarem umas migalhas de favor, onde outros, os vizinhos do pé da porta, não possam aceder. Essa postura cínica, é o limite que Darwin polidamente omitiu. E os autarcas teimam em glorificar.
O resto da cidadania nos fregueses, passa pelo regozijo de em cada dia, poderem continuar a ouvir os buzinões, dos carros do padeiro, do merceeiro e do peixeiro que lhes passam à porta. Sons esses, sempre mais agradáveis do que a sirene dos bombeiros ou do INEM, já para não falar do toque do sino a finados, para aqueles que ainda têm o entendimento suficiente, para perceber que o toque foi para outro, que não eles...
Política e seriedade, é conversa a que todos fogem. Porque já sabem que não convém que se dê conta, de que tudo isto não passa dum logro: pura falácia!
O colégio eleitoral é um "sindicato de votos em cartel"!
Ali não não há lugar à escolha dos melhores e dos piores. Há escolha dos nossos: só nossos!
Para que no fim haja sempre quem possa dizer: os "nossos" foram mais, portanto ganhámos!
E com esses "nossos" lá temos o eco, para os próximos quatro anos...
Se algo não correu bem, é certo e sabido, que lá surge o "spin doctor" da tasca mais perto a lembrar que atrás dos escolhidos da lista, faltou a prima dele, coitada boa moça e sempre prestável, só que ninguém foi ter com ela. Ela, por quem ninguém dava nada, só por si, levava as moças e as velhotas todas do meio da aldeia para baixo e para cima, segundo o primo e sábio tasqueiro, que logo se apressa a esclarecer, que senada disse antes, foi porque tinha a porta aberta e não se queria dar mal com ninguém. Se dúvidas houvesse, sobre política e seriedade, a resposta estava dada...