Cadáver aguarda nova sepultura em anexo de casa há três meses
Mário Rui Fonseca- "LUSA" *
Os restos mortais de um homem sepultado na freguesia de Souto, Abrantes, cuja campa foi destruída, devido ao mau tempo, estão há três meses depositados num anexo de uma casa em Vila de Rei.
A situação foi denunciada pela família do defunto, sepultado no cemitério do Souto em Julho de 2000, e cujo jazigo foi destruído a 23 de Dezembro de 2009 por uma árvore que tombou, por causa do mau tempo, e que partiu a tumba de mármore e o caixão de madeira que continham os restos mortais.
"Só se salvou o invólucro de chumbo que protegia o corpo", disse à Lusa João Barquinha, genro do homem ali sepultado, que acrescentou que os prejuízos ultrapassam os doze mil euros e que a junta de freguesia "ainda não se responsabilizou pelo pagamento dos danos verificados e nem se preocupou em levar o corpo para um jazigo de acolhimento", no cemitério.
"Era altura de Natal e muita gente vai visitar a terra e o cemitério nessa ocasião, pelo que o presidente da junta pediu para que o corpo saísse dali durante alguns dias, para não causar má impressão", afirmou o familiar do defunto que acrescentou que o autarca o informou de que o pagamento dos danos ocorridos "é da inteira responsabilidade de quem é proprietário" do espaço.
"O que é certo é que um amigo nosso, proprietário de uma agência funerária de Vila de Rei, anuiu ao nosso pedido e veio buscar os restos do cadáver e a urna para a substituir, julgando ele, e nós, que a questão seria resolvida em poucos dias, mas, três meses depois, ainda tem o corpo num anexo da sua casa", disse à Lusa João Barquinha.
"Todas as semanas me telefona, desesperado por ter um cadáver em casa, mas certo é que ainda não se encontrou uma solução que agrade a estas duas partes", disse o familiar, que acrescentou que "a junta afirma não ter condições financeiras mas a família também não pode pagar" as despesas.
"A árvore era grande de mais para estar dentro do cemitério e a junta é que tinha de antecipar este tipo de problemas. Não o fazendo, deve assumir as suas responsabilidades", afirmou João Barquinha, que não se conforma com as seis viagens que já teve de fazer entre Lisboa, onde reside, e Souto para tentar recolocar o corpo, mas sem sucesso até ao momento.
Diogo Valentim, presidente da junta de freguesia do Souto, disse à Lusa que "o que está a suceder é tristonho e até caricato" e que tem "tentado ajudar" a família do defunto na resolução do problema "dentro das disponibilidades financeiras, que são poucas".
"A natureza tem destas coisas mas vamos continuar a tentar chegar a um acordo", afirmou, tendo acrescentado que "já foi solicitada ajuda financeira à Câmara de Abrantes e ao Governo Civil de Santarém, tendo em conta a situação do defunto, que ainda se encontra num anexo de uma casa em Vila de Rei".
Para João Barquinha, a junta de freguesia "não quer colaborar" até porque a família "já nem exige" um jazigo novo. "Apenas queremos um pouco de terreno e que a junta lá coloque uma lápide", afirmou.
Mário Rui Fonseca- "LUSA" *
Os restos mortais de um homem sepultado na freguesia de Souto, Abrantes, cuja campa foi destruída, devido ao mau tempo, estão há três meses depositados num anexo de uma casa em Vila de Rei.
A situação foi denunciada pela família do defunto, sepultado no cemitério do Souto em Julho de 2000, e cujo jazigo foi destruído a 23 de Dezembro de 2009 por uma árvore que tombou, por causa do mau tempo, e que partiu a tumba de mármore e o caixão de madeira que continham os restos mortais.
"Só se salvou o invólucro de chumbo que protegia o corpo", disse à Lusa João Barquinha, genro do homem ali sepultado, que acrescentou que os prejuízos ultrapassam os doze mil euros e que a junta de freguesia "ainda não se responsabilizou pelo pagamento dos danos verificados e nem se preocupou em levar o corpo para um jazigo de acolhimento", no cemitério.
"Era altura de Natal e muita gente vai visitar a terra e o cemitério nessa ocasião, pelo que o presidente da junta pediu para que o corpo saísse dali durante alguns dias, para não causar má impressão", afirmou o familiar do defunto que acrescentou que o autarca o informou de que o pagamento dos danos ocorridos "é da inteira responsabilidade de quem é proprietário" do espaço.
"O que é certo é que um amigo nosso, proprietário de uma agência funerária de Vila de Rei, anuiu ao nosso pedido e veio buscar os restos do cadáver e a urna para a substituir, julgando ele, e nós, que a questão seria resolvida em poucos dias, mas, três meses depois, ainda tem o corpo num anexo da sua casa", disse à Lusa João Barquinha.
"Todas as semanas me telefona, desesperado por ter um cadáver em casa, mas certo é que ainda não se encontrou uma solução que agrade a estas duas partes", disse o familiar, que acrescentou que "a junta afirma não ter condições financeiras mas a família também não pode pagar" as despesas.
"A árvore era grande de mais para estar dentro do cemitério e a junta é que tinha de antecipar este tipo de problemas. Não o fazendo, deve assumir as suas responsabilidades", afirmou João Barquinha, que não se conforma com as seis viagens que já teve de fazer entre Lisboa, onde reside, e Souto para tentar recolocar o corpo, mas sem sucesso até ao momento.
Diogo Valentim, presidente da junta de freguesia do Souto, disse à Lusa que "o que está a suceder é tristonho e até caricato" e que tem "tentado ajudar" a família do defunto na resolução do problema "dentro das disponibilidades financeiras, que são poucas".
"A natureza tem destas coisas mas vamos continuar a tentar chegar a um acordo", afirmou, tendo acrescentado que "já foi solicitada ajuda financeira à Câmara de Abrantes e ao Governo Civil de Santarém, tendo em conta a situação do defunto, que ainda se encontra num anexo de uma casa em Vila de Rei".
Para João Barquinha, a junta de freguesia "não quer colaborar" até porque a família "já nem exige" um jazigo novo. "Apenas queremos um pouco de terreno e que a junta lá coloque uma lápide", afirmou.