Quando nos idos de 2001 e 2002 pedia maior flexibilidade do PDM, havia um vice-presidente que não me ocorre agora o nome, que veio para os jornais botar acusação reles de que o "vereador Pico queria era construir lá nas hortas do Norte do concelho". Desdenhando com um sorriso deslavado...
Perante os meus desmentidos e esclarecimentos, todos os fregueses e munícipes se ficaram pelas contraditórias e esbatidas conclusões decorrentes das conversas de café.
Conversas que se anulavam entre si, do género:
- " o Pico até tem razão com algumas coisas más do PDM, mas eu sou contra a invasão do betão..."
Voltávamos ao velho slogan de há 100 anos:
- Viva a República! Mas a Monarquia também não era má...
Foi com argumentos entruncados e falaciosos que sempre se foram travando as sucessivas tentativas de revisão que deveriam ter ocorrido logo ao fim dos primeiros sete anos, contados de Junho de 1994. Decorreu em 2002 a primeira tentativa de revisão. Mais uma vez arrastada pela manipulação do executivo PS até hoje.
Enquanto isso, na oposição do PSD da época (2001 a 2004), só eu é que falava no assunto, PDM. Todos os outros eleitos pelo PSD mantinham sérias reservas. o que mais reforçava a estúpida observação do tal vice-presidente do executivo PS.
Ficou tristemente célebre o "alinhamento" dos dois vereadores PSD ao votarem (acta de 15/9/2003), ao lado do PS e da vereadora da CDU, contra um bem fundamentado pedido de revogação do despacho de Julho de 2003, considerando um terreno para desanexar em três lotes pelos herdeiros, como estando fora dos limites do perímetro urbano, quando o terreno estava no centro do Souto, pegado ao campo de futebol da Sociedade Recreativa, que por ironia o PDM considerava esse campo de futebol, apto para construção.
Veio um tal vice-presidente, que nem é bom recordar-lhe o nome, apresentar como prova um mapa do Souto, numa escala diferente da de 1/10.000, ( que é a escala do mapa usado no PDM), com uns riscos a esferográfica, que se dava como sendo a determinação rigorosa e aferida do responsável do urbanismo.
Esses riscos aldrabados - só podia ser! - terá facilmente convencido os dois vereadores do PSD. E nem ponderaram sequer votar em abstenção com uma chamada de atenção para o facto do vereador proponente, não estar naquele momento em funções, ou tomarem a liberdade de lhe telefonarem, ou apresentarem o caso nessa sexta-feira á noite, que antecedeu a reunião de câmara da segunda-feira seguinte. Sexta-feira à noite da tal reunião quinzenal da Comissão Política Concelhia onde eu tinha assento e estive presente.
O mais caricato, é que foi um presidente de junta do PS, quem me convidou a passar lá pela sua junta para ler o caderninho da acta que tinha essa votação em "unanimidade", com os dois vereadores do PSD a desautorizarem levianamente o vereador que os substituíra nos dois meses anteriores.
Era idiotice da oposição PSD em toda a linha!
Pior: era o desacreditar do único vereador que ousara criticar o PDM! E depois lá ia o PSD perdendo terreno junto dos fregueses mais prejudicados, que até então lhe iam dando mais votos.
Um dos actuais vereadores do PSD, era ao tempo deputado municipal. Das centenas de artigos que escreveu nos jornais desde então, nunca o vi focar essa asfixia do PDM. Nunca o ouvi falar de que não basta alargar um hectare que seja no perímetro urbano de uma freguesia, para se poder garantir, desde logo, que haverá mais terrenos para construção.
E um economista tinha que ser dos primeiros a questionar, se o dono desse hectare estaria na disposição de vender esse seu terreno? E já agora, um economista tem a obrigação de saber avaliar essa situação, se o facto desse proprietário por hipótese se sentir o único possuidor na terra de terrenos para construção autorizada, não lhe daria um poder de especulação abusiva?
A observação ( do BE e do PCP) de que Passos Coelho é o vice-primeiro ministro deste governo, não difere muito dos votos em "unanimidade" do PSD com o PS no executivo municipal...