Não fosse a generosidade serôdia da "poderosa e cínica" QUERCUS e ainda hoje a Praia Fluvial da Aldeia de Mato estaria votada ao esquecimento.
Começou em 2002 com uma ideia avulsa do executivo municipal, cioso de abrir mão desse exemplo no Norte do concelho.
Fez-se e concessionou-se muito à sucapa. Conheceu nos primeiros anos o marasmo. Os acessos foram mantidos miseráveis, intencionalmente pouco convidativos. Valeu o esforço da segunda equipa de concessionários para obter a consagração da "Bandeira Azul" e "obrigar" o executivo municipal a arrepiar caminho, ainda que arrastando os pés pesados, pese o levantar-se em bicos dos pés para as fotografias coladas à " Bandeira Azul".
Se há "bandeira Azul" muito o devem a gerações passadas que no Norte do concelho sempre defederam a pureza das águas da sua "barragem" que tudo lhes tirou e nada lhes deu no tempo certo da vida.
Hoje, com a velhice a pesar nos anos de desespero pela espera de melhores dias, há uns cínicos que colando a boca aos microfones, mais conspurcam a memória das gentes que nunca obtiveram de Abrantes uma luz verde de esperança.
Barafustava uma dessas vozes - barafusta sempre, porque sabe-se privado de legitimidade - que as gentes da Aldeia de Mato já deviam de andar a aproveitar esse "fluxo turístico" para incrementarem os seus negócios...
Agora, ao fim de 50 anos de albufeira, esquecido o projecto do Comodoro Prior, da Matagosa, no ano de 1970, que acabou na gaveta do esquecimento municipal, vem um professor reformado pela benesse da casta política a que pertence, dar palpites de comércio turístico, como que querendo branquear a castração que enalteceu anos e anos, negando tamanhas evidências, que outros como eu, tanto escreveram e debateram.
Que triste sina a das gentes laboriosas do Norte, terem que ouvir um tipo daqueles a querer ensinar-lhes o padre nosso...
É esta a Abrantes das oportunidades perdidas, capturada por gente desta laia, gente de fazer o mal e a caramunha...