Um arquitecto famoso, Rasmussen colocou um dia uma foto de um pagem trajado como na Idade Média montado numa bicicleta, para mostrar o contraste bizarro de duas situações incoerentes e desajustadas no tempo.
Quando o "Arco" foi mandado construir nos anos 50 pelo Comendador Duarte Ferreira, tratava-se dar outra dignidade à entrada pedonal para o Campo de Jogos. Os carros, na altura, eram coisa sem peso nas deslocações dos espectadores.
Aquele era um percurso pedonal.
Hoje já se falou muita coisa. No blog LAGAMART ou no blog do Tramagal o tema mantém-se actual.
Porém, de uma coisa parecem esquecidos os amigos do monumento. O respeito pelo monumento em si, obriga a que se mantenham os pressupostos iniciais: acesso pedonal.
Não foi o que aconteceu nos últimos anos. O percurso foi alcatroado e faz-se o trânsito de veículos nos dois sentidos, quando no campo de jogos está agora a Escola Secundária Octávio Duarte Ferreira.
O trânsito pedonal ( agora essencialmente de adolescentes e crianças) perdeu todo o significado histórico - passou a ser autorizado o trânsito automóvel nos dois sentidos - logo, constituiu um paradoxo, falar em respeito pelo passado, quanto ao monumento e permitir um total desrespeito e desprezo pela segurança dos adolescentes e crianças.
Ali deveria só ser permitido - em profundo respeito pela história - a passagem pedonal.
Os carros que fossem dar a volta por outro quarteirão...