HÁ UMA GUERRILHA MONTADA, para a troca de "prisioneiros" nas negociações do OE e da Revisão constitucional.
Na análise do Prof. Marcelo, que costumo concordar muitas as vezes, estranhei que deixasse passar isso em claro e falasse só nas desvantagens de tornar Cavaco refém da proposta PSD, quanto ao reforço do poder presidencial, em matéria de demitir o governo sem dissolver o Parlamento - que foi uma imposição do Pacto MFA-Partidos.
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Haverá propostas de difícil acordo, avançadas pelo PSD, já com o intuito "obrigar" o PS a pagar um preço elevado, em troca de receber a viabilização do seu Orçamento de Estado para 2010.
E por mais que o PS diga que não, quanto à revisão constitucional e o PSD coloque reservas à viabilização do OE, sabe-se que cada um terá que ceder, para que ambas as questões - revisão e orçamento - acabem por ser viabilizados.
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E hoje Cavaco, já em Angola, quando não costuma falar da política nacional nas viagens ao estrangeiro sempre acabou por deixar cair a mensagem, de que ele é obrigado a assinar toda e qualquer revisão da Constituição, aprovada nos termos constitucionais. Como que a retirar-se da contenda.
E como uma maioria de portugueses - e não só à direita - clamam por mais poderes presidenciais, não vejo como possa ser penalizado por essa iniciativa do PSD, que ainda acabará por sair da mesa das negociações da revisão/OE.
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A radicalização de posições só mostra como a aprovação do OE vai ser renhida. E com a inevitabilidade da aprovação do OE - por imposição externa - convém que o PSD possa aparecer aos olhos da opinião pública com algumas contra-partidas, ao nível da revisão constitucional. É uma das poucas alternativas para o PSD sair de cabeça erguida, pois agora já não vale mais pedir desculpa aos portugueses....