O erro do novo ministro da Educação é ter imaginado que o ensino e a elaboração dos curricula poderia ser diferente da concepção matricial da "nomenclatura" da 5 de Outubro, caso essa competência fosse entregue aos professores das escolas locais.
Só que em muitos concelhos - e Abrantes, não é caso virgem... tanto mais que até tem um escola de jornalismo onde docentes e jornalistas se misturam e confundem opinando como se de verdadeiras agências de rating local se tratatsse. Acontece que os professores confundem-se com toda a "nomenclatura jacobina" que vem perpetuando o "corporativismo", no pior que o Estado Novo havia concebido.
Os professores são a "nomenclatura" dos municípios, são a oligarquia base das concelhias e dos aparelhos partidários lado a lado com as juventudes partidárias que emanaram directamente das escolas, cujos alunos vêm sendo influenciados por esses mesmos docentes, - e nem preciso de lembrar nomes de maridos e mulheres, amigos, filhos e compadres ... - que estão nas autarquias, e ao mesmo tempo estão nos cargos públicos. Tudo locais onde dá para garantir fidelidades com os eleitores que tiveram filhos nas escolas, e que como tal, se sentem reféns desses mesmos professores que calharam em "sorte" aos seus filhos, pois nunca se sabe o que poderá aí vir...
NUNCA haverá reforma na educação, enquanto a "cidadania" não se libertar da "canga" do professorado. Os professores e os autarcas , quando não se confundem estão ligados entre si e podem mandar tanto ou mais no país, do que os dois inquilinos de S. Bento e de Belém juntos!
Esse será o grande problema que Nuno Crato, talvez não consiga mais tornear...